Cidades

Médicos da rede municipal de saúde da capital cruzam os braços

Imagem Ilustrativa

A quinta-feira (15) em Cuiabá iniciou com a greve dos médicos que atendem na rede municipal de saúde. Conforme o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso(Sindimed), nas unidades da UPA, Policlínicas e no Pronto Socorro apenas atendimentos emergênciais estão sendo realizados. 

A paralização da categoria será realizada em três dias (15, 26 e 03) para alertar o poder público municipal quanto às reivindicações, como melhoria nas condições de trabalho, como também o descumprimento de acordo realizado entre os servidores e a prefeitura.

Conforme o Diretor de Comunicação do sindicato, Osvaldo Mendes, os médicos da rede municipal se sentem inseguros com os casos de agressões ocorridos em diversas unidades de saúde.

“As condições de trabalho dos profissionais da saúde estão gradativamente piorando. A população não entende que o médico também é vítima de uma saúde precária”, defende o sindicalista.

Em primeiro de janeiro deste ano, uma enfermeiro de 60 anos e um médico plantonistas foram agredidos na Policlínica do Verdão. Situação que, segundo o sindicato, não foi resolvida pela prefeitura da capital, mesmo com a parceria feita com a Polícia Militar.

“Os policiais não ficam 24 horas nas unidades de saúde, como deveriam. Fazem apenas rondas, o que não traz segurança para os trabalhadores”, afirma Osvaldo.

Além das condições de trabalho, a categoria também reivindica um reajuste salarial seguindo o piso nacional, Federação Nacional dos Médicos (FENAN). 

Atualmente o salário base de um médico lotado na rede municipal chega a R$ 2,8 mil, por 24 horas semanais de trabalho, enquanto o piso nacional é de R$ 10,9 mil, por 20 horas.

Na tarde desta quarta-feira (14), o Sindimed se reuniu com o secretário municipal de saúde, Ary Souza Júnior, e o procurador-adjunto do município,  Rodrigo Verão. A reunião no Núcleo de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso terminou sem um consenso entre as partes.

Outro lado

Por meio de nota, a Prefeitura da capital afirmou que irá ingressar com uma medida judicial para tentar impedir a paralisação dos profissionais médicos. Além disso, o Executivo municipal classificou o ato de greve como intransigente.

“O mesmo direito que eles têm de fazer a greve nós temos de buscar os meios legais para impedi-la. É nossa obrigação garantir que um serviço tão essencial à população, especialmente à parcela mais carente, seja interrompido por intransigência dos profissionais”, frisou o secretário de Saúde do município, Ary Soares Júnior.

Conforme Ary, a categoria fez 11 reivindicações, que foram discutidas uma a uma durante a reunião. “Mostramos a eles o que já foi cumprido, como a realização do concurso público, que ocorrerá no próximo dia 25. Já o que ainda não pode ser efetivado, buscamos a repactuação para o cumprimento integral do acordo”, explicou.

Em relação aos índices de reajuste salarial, o secretário confirmou que a discussão ocorrerá em abril.

Redação

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