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Trem pode ter avançado sinal antes de bater

O controlador de trafégo da Supervia Fábio Oliveira Riboura prestou depoimento durante duas horas, na tarde desta quarta-feira (7), na 53ª Delegacia, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, ele disse acreditar que o trem que bateu na traseira do outro nesta segunda (5) na estação Juscelino, deixando 229 feridos, avançou o sinal vermelho, indicando que deveria parar.

Segundo ele, seu sistema de leds sinalizou que o trem não parou quando houve sinalização. O depoimento durou mais de 3 horas. Ainda de acordo com o delegado, o controlador disse só ter ficado sabendo do acidente cerca de seis minutos após a colisão.

O operador de tráfego também explicou em depoimento que é responsável por mudar a sinalização que permite os trens seguirem ou não. O sistema normalmente opera em sistema automático, mas, segundo ele, os operadores têm autonomia para alterar o modo para manual. Em decorrência da chuva, o sistema operava em sistema manual no dia do acidente.

A Polícia Civil vai ouvir na quinta-feira (8) o maquinista da composição que teria avançado o sinal. Segundo o delegado-titular Matheus Almeida, caso seja comprovada a infração, ele poderá ser indiciado por lesão corporal dolosa, e não culposa, como o caso foi registrado inicialmente.
Cardoso, supervisor dos operadores, também será ouvido. A polícia quer saber quem o avisou do acidente. Cerca de 350 pessoas – entre feridos e funcionários da Supervia – já foram ouvidos.

Espera na delegacia
Além dele, os investigadores distribuíram 150 senhas para que vítimas do acidente prestassem depoimento. Muitos reclamaram de ficar horas à espera do atendimento.

Nesta quarta-feira(6), a polícia ouviu aproximadamente 120 pessoas que estavam nos trens. O maquinista da composição que estava parada na estação também esteve na delegacia na companhia do advogado. Segundo a polícia, Carlos Henrique França disse que a viagem transcorreu de forma normal, sem nenhum problema. No entanto, o delegado que investiga o acidente disse que ocorreram contradições no depoimento e pretende ouvi-lo mais uma vez.

"A gente ouviu aproximadamente 120 vítimas e elas informaram que durante o trajeto o percurso foi feito em velocidade bem reduzida diferente do normal, além de paradas grandes nas estações e paradas entre as estações. O maquinista do trem que foi batido deve ser ouvido. A gente quer solucionar essa dúvida", explicou Matheus Almeida.

Vítimas
Cinco vítimas da colisão entre os dois trens na Estação Presidente Juscelino, em Mesquita, na noite de segunda-feira (5) permanecem internadas sendo submetidas a novos exames no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI/Posse). De acordo com o hospital, quatro pacientes sofreram fraturas ortopédicas e passam por exames pré-operatórios. Já a quinta vítima aguarda transferência para um hospital particular devido a um acordo com a Supervia.

Segundo a concessionária, um trem avançou o sinal e bateu em uma composição que estava parada. No total, 229 pessoas ficaram feridas.
O presidente da Supervia, Carlos José Cunha, disse que a empresa ofereceu assistência a todos os feridos. Segundo ele, a companhia criou uma comissão para analisar o que ocorreu. Cunha reconheceu que houve uma falha.

"Para um trem colidir com outro, houve alguma alguma falha no procedimento que começa com avanço no sinal, esse avanço no sinal pode ocorrer por decisão do maquinista pode ocorrer por autorização do controlador, pode  ocorrer por uma falha no sistema de sinalização, então é um fato mas que pode ter diversas causas, e por isso a agente evitar de fazer quqlquer comentário enquanto a gente não tem o dagnostico formado e todas as perícias feitas", disse.

Novo sistema de sinalização
Há dois anos a Supervia anunciou que estava instalando um novo sistema de sinalização para controlar a distância entre os trens, o que poderia evitar este tipo de acidente. A previsão do término das instalações era para o final de 2013 para todos os ramais. Mas, segundo a concessionária, a complexidade para a instalação causou um atraso e apenas o ramal de Deodoro contava com a ferramenta. O novo prazo dado pela concessionária é o final de 2015.

A Polícia Civil e a Agência Reguladora de Transportes Públicos investigam as causas do acidente. Mais de 100 pessoas já foram ouvidas no inquérito.

Fonte: G1

Redação

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