A chuva forte causou estragos em alguns municípios do Rio Grande do Sul no primeiro dia do ano. Em Rio Grande, na Região Sul, várias ruas ficaram alagadas. A estimativa é de que tenha chovido 65 milímetros entre as 14h30 e 17 horas da quinta- feira (1º), o equivalente a mais de 70% da média para todo o mês de janeiro. Em Santa Rosa, no noroeste do estado, cerca de 30 residências ficaram destelhadas.
Quase 650 clientes, somente da CEE, continuavam sem luz na manhã desta sexta-feira (2). Outros 48 mil clientes atendidos pela RGE estão sem energia em Santa Rosa, Santo Ângelo e Três Passos.
No município de Rio Pardo, a chuva invadiu as casas de moradores. “Fiquei apavorado. A gente não está acostumado a ver essa inundação”, disse o aposentado Manoel Alves, que teve a garagem e o pátio de casa invadidos pelas águas.
Em vários cruzamentos, os motoristas enfrentaram correnteza e as ruas ficaram totalmente inundadas. Moradores interroperam o trânsito de carros e ônibus, temendo ondas em direção às residências.
“Se passar qualquer veículo aí e fizer onda, joga mais água para dentro das casas. Aquela (casa) que não entrou ainda, vai entrar”, afirmou o comerciante Hugo Farias.
A chuva foi tanta que um homem foi visto praticando stand-up paddle na Rua Apeles Porto Alegre, no Centro, onde a água alcançou os 80 centímetros de altura.
Muitos moradores não tiveram tempo de evitar estragos. “Ficamos muito tempo até conseguir chegar ao posto de gasolina. Deixamos o carro no posto e viemos andando dentro d’água. E quando entrei na minha casa, surpresa: estava tudo alagado. Quatros cozinha, colchões, tudo molhado”, lamentou a aposentada Whistney da Silva.
No bairro Getúlio Vargas, os moradores caminhavam pelas ruas com a água na altura do joelho. “Subiu rápido. A chuva foi forte também, né?”, comentou o pintor Carlos Alberto Goularte.
Segundo o secretário municipal de Infraestrutura Cleide Rodrigues, as bombas foram ligadas, mas o volume de chuva foi muito alto. No porto, os barcos buscaram abrigo devido ao alerta do Centro de Hidrografia da Marinha, que prevê ventos fortes, ondas com quatro metros e meio de altura e condições inadequadas para navegação até a noite desta sexta feira (2).
Casas destelhas e falta de luz em Santa Rosa
Já no município de Santa Rosa, o temporal começou por volta das 19h30 de quinta feira (1º) e, apesar de durar poucos minutos, foi suficiente para derrubar árvores e destelhar casas. “Começou o vento naquele momento e voou as barracas. O tempo fechou e deu um pavor”, contou o motorista Ederson Massulini.
Com o vendaval, postes caíram e a maioria da cidade ficou sem luz. Na escuridão, os moradores tiveram que contar com lanternas e vizinhos trabalharam em mutirão para cobrir as casas e evitar mais prejuízos com a chuva. “Não é facil, mas vamos fazer o quê? A natureza é assim, Deus quis assim. Ainda bem que ninguém se machucou, ninguém se feriu. Foram só danos materiais”, ponderou o funcionário público Elemar Wrubel.
No Corpo de Bombeiros o socorro também foi improvisado e mesmo quem estava de folga foi chamado para ajudar. A Defesa Civil distribuiu lonas e se mantém de plantão. Na ERS-344, entre Santa Rosa e Giruá, eucaliptos com cerca de 25 metros de altura caíram na rodovia. Funcionários da prefeitura passam a noite trabalhando para limpar a pista, que já foi liberada.
Fonte: G1