Foto: Ivair Vieira
Dezenas de pessoas ficaram presas há mais de 17 horas dentro de um supermercado em Santos, no litoral de São Paulo. Por causa da chuva que atingiu a região, nesta segunda-feira (22), as ruas ficaram alagadas e os consumidores não conseguiram sair do estabelecimento. Uma aposentada acabou passando mal e precisou ser resgatada pelos bombeiros.
De acordo com o climatologista Ronaldo Bonafim, o 1º dia do verão foi marcado pela maior chuva dos últimos 36 anos na cidade de Santos. Segundo a Defesa Civil de Santos, o nível pluviométrico acumulado é de 171,6 mm até às 6h desta terça-feira (23). A expectativa do climatologista é que, ainda hoje, o recorde de 1978, com 194,6 milímetros, seja batido. A chuva deixou o trânsito caótico, provocou desmoronamentos e inundou dezenas de ruas e avenidas da região. (Veja fotos).
A dona de casa Rita de Cássia Menezes chegou no supermercado por volta das 16h30 de segunda-feira. Logo depois, a chuva começou a cair na cidade e os consumidores não conseguiram sair do local. As ruas do entorno ficaram completamente alagadas e intransitáveis. “Estou presa no supermercado junto com outras 100 pessoas. Muita gente está aqui desde o início da tarde de ontem. Estamos todos ilhados", disse ela, por telefone, ao G1.
Segundo Rita, o Corpo de Bombeiros foi até o supermercado durante a noite para socorrer uma aposentada que passou mal mas, devido ao número de ocorrências, não pôde retirar todas as pessoas do atacadista. Algumas acionaram guinchos para retirar o carro das ruas e ir embora. As pessoas que vieram de ônibus, táxi ou a pé continuaram dentro do supermercado. Eles tentaram chamar táxis e ônibus mas, segundo Rita, nenhum motorista consegue chegar.
A dona de casa diz que a maioria das pessoas ficou acordada durante a noite. Outros deram um jeito de tentar descansar. “O meu filho pegou um carrinho de compras, se encolheu e dormiu. Essa é a situação que estamos. Estamos todos com muito frio”, relatou. Quando amanheceu, o gerente do supermercado ofereceu um café da manhã para todas as pessoas abrigadas no local.
A dona de casa estava preocupada com a situação, já que a água não dava sinal de baixar. "Se continuar chovendo não vamos conseguir sair daqui. A esperança é um ônibus conseguir passar para resgatar as pessoas que permanecem ilhadas dentro do mercado. Se a chuva não parar não conseguiremos sair daqui hoje", afirma.