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‘Me escondia do mundo e comia’,diz gaúcha que emagreceu 30kg

 

 

A vendedora Catiane Alves, de 32 anos, é a famosa “boa de boca”, aquela pessoa que come de tudo. O problema, no caso dela, era controlar a quantidade de comida. “Nada é ruim para mim, eu gosto de tudo”, diz. Foi dessa maneira que, aos poucos, ela foi engordando, até chegar aos 105,1 kg. Nascida em Capela de Santana, uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, a gaúcha conta que sempre foi “a maiorzinha” das três irmãs, mas não era gorda.

Os quilos a mais começaram a aparecer por volta dos 18 anos, época em que ela descobriu os remédios para emagrecer – e tornou-se praticamente dependente deles nos anos que se seguiram. Nesta ocasião, ela tomou os remédios pela primeira vez e, rapidamente, eliminou os cinco quilos que a incomodavam, mas, na sequência, ficou grávida. O peso, então, saltou de 70 kg para 100 kg.

Quando o primogênito estava com cerca de um ano e meio, a gaúcha voltou ao médico para buscar receitas de remédio para emagrecer. “Daí tomei e emagreci. Logo o remédio parava de fazer efeito e eu voltava a engordar. Nesse período, fui descobrindo de tudo, tudo o que achava de remédio para emagrecer eu tomava”, admite.

Passados sete anos da primeira experiência com emagrecedores e da primeira gestação, Catiane engravidou novamente – desta vez com 90 kg, aos quais se somaram outros 30. “Aí a coisa ficou feia”, diz. Sete meses depois do parto, ela voltou para os remédios, mas, pouco tempo depois, a venda deste tipo de medicamento foi proibida.

“Aí eu simplesmente me acostumei com aquele peso, fazia de conta que a coisa não era tão feia assim, comprava o que servia, não o que gostava. Minha roupa era uniforme: legging e uma camiseta que era quase um vestido. Me acostumei a viver assim, me escondia das pessoas, me escondia do mundo. Não tocava nesse assunto com ninguém, fazia de conta que estava tudo bem”, desabafa.

Nessa época, uma amiga sua perdeu bastante peso e Catiane soube que ela estava se consultando com a nutricionista da cidade, mas que também estava tomando remédio indicado por um médico. A vendedora resolveu procurar a nutricionista. “Fui na ilusão de que ela me daria o remédio. Ela me passou a dieta, fiz 15 dias, emagreci 2 quilos, só que como estava acostumada com a ‘mágica dos remédios’, eu desisti. Fui atrás do tal do remédio, tomei, passei mal, desisti do remédio e da nutricionista.”

Mas no dia 12 de setembro de 2013, um dia depois do aniversário de 4 anos da filha caçula, Catiane diz que, em vez de remédio, resolveu “tomar juízo e vergonha na cara”. “Eu estava tão gorda que não conseguia mais subir as escadas da minha casa, ficava ofegante, passava mal. Pensei: meu Deus, o que estou fazendo da minha vida. Como vou acompanhar meus filhos? Não tinha mais vida social, não participava de nada, simplesmente me escondia e comia. Entendi, então, que precisava cuidar de mim, para poder cuidar deles. Hoje sou outra mãe, sou mais feliz, mais disposta”, afirma.

Catiane voltou à nutricionista e, desta vez, passou a se consultar a cada 15 dias. Ela seguiu à risca as orientações, passou a fazer esteira em casa e, em oito meses, emagreceu 32 quilos. A gaúcha começou fazendo 10 minutos de caminhada na esteira e, aos poucos, foi aumentando o tempo e, posteriormente, a intensidade, mas sempre respeitando seu limite. Hoje ela já consegue correr. “Muitas são descrentes de que fazer exercício em casa funcione. Funciona sim”, garante.

“De vez em quando eu tenho vontade de comer uma coisa, eu como e, no outro dia, volto para a reeducação. O gordo tem medo de passar fome. Não passei fome com a reeducação, a gente passa vontade. Mas procurei receitinhas na internet, tem muita coisa legal, encontrei receitas saudáveis e que não prejudicavam o processo de emagrecimento”, explica. Atualmente, Catiane está pesando 73 kg e ainda quer eliminar mais 3, mas segue na reeducação alimentar sem pressa de atingir a meta. Ela também fez cirurgia plástica no abdômen e colocou silicone no seio.

Durante esse processo, Catiane também criou um blog em que relata suas experiências, o que serviu como incentivo e plataforma de troca de informação.  “Antes, como eu não tocava nesse assunto de emagrecer nem com meu marido, parecia que ninguém estava vendo. Dessa vez, eu quis criar o blog para me sentir cobrada. Como assumi que preciso de ajuda, preciso me tratar para o resto da vida, criei o blog para não me esconder mais.”

Fonte: G1

Redação

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