Tudo começou no ano de 2002, quando o então ilustre desconhecido do meio político, mas homem forte do agronegócio Blairo Borges Maggi (PPS) se candidatou ao governo do Estado de Mato Grosso e elevou a Turma da Botina ao poder, se tornando um símbolo do triunfo da soja e da ousadia dos migrantes. Com o inesquecível jingle e símbolo de campanha “tá na palma da mão, tá na mão de quem sabe…”, ele passou de 0% de intenções de votos para eleito no primeiro turno, deixando o senador Antero Paes de Barros para trás.
Depois de eleito, ao contrário do que muitos esperavam, ele apoiou o candidato Lula à Presidência, do PT, para o segundo turno e não o PSDB, contribuindo para a vitória mais que comemorada e esperada naquela eleição, quando o Brasil ficou vermelho.
Blairo começa a organizar seu staff e pouco tempo depois entram em cena pessoas-chave, algumas das quais já faziam parte seu staff empresarial, como o secretário de Transportes, Luiz Antônio Pagot, que se destacou de diversas formas durante toda a era Blairo/Silval; outro nome forte com ascensão meteórica foi o então major da PM Eumar Novacki, que se tornou secretário-chefe da Casa Civil, mais tarde promovido a tenente-coronel e depois coronel.
Se Pagot e Novacki eram as pernas de Blairo, o secretário de Administração, Geraldo De Vitto, e o secretário de Fazenda, Éder Moraes, eram os braços, e os quatro formavam o “quarteto fantástico” do governo Blairo.
Com um primeiro mandato de sucesso, o segundo era certo. Blairo faz alterações, deixa o PPS e embarca no recém-fundado PR, como estratégia política, tendo uma reeleição fácil, acompanhado do silencioso e discreto vice-governador Silval Barbosa (PMDB), que em março de 2010 é empossado governador do Estado do Mato Grosso, com a desincompatibilização de Blairo, que deixou o governo para disputar uma vaga no Congresso.
O Senado foi mais um eleição fácil para Blairo e a reeleição para Silval também não ficou muito difícil, apesar da disputa acirrada naquele ano, entre ele, Mauro Mendes (PSB) e Wilson Santos (PSDB).
Com sua influência junto à Presidência e o poder da botina, Blairo conquistou o feito de trazer o maior evento mundial esportivo pra Mato Grosso, incluindo Cuiabá como subsede da Copa do Mundo de 2014.