Uma das quatro vítimas sobreviventes dos ataques de Saílson José das Graças — identificadas até esta segunda-feira (15) — compareceu hoje para prestar depoimento na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, no centro de Belford Roxo. A mulher, que preferiu não revelar sua identidade, contou como escapou das mãos do criminoso.
— Estou viva por um milagre. Ele achou que eu estava morta, por isso que ele foi embora. Tudo aconteceu em outubro de 2013. Foi muito rápido. Ele me enforcou e, na hora, eu não senti as facadas no meu pescoço. Quando me dei conta e vi o sangue, eu tinha levado duas facadas no pescoço e uma no céu da boca. Ele não falava nada, só me sufocava. Quem me salvou foi a minha avó que começou a gritar, ela era a minha vizinha. Ele não poupou nem meu filho que era um bebezinho e também levou uma facada no pescoço, mas por um milagre estamos vivos.
A mulher contou como Saílson invadiu sua casa. A jovem ficou traumatizada e mudou-se da localidade de Santa Rita, em Nova Iguaçu, devido ao trauma que sofreu.
— Hoje eu não moro mais onde fui atacada.
Segundo a vítima, o criminoso entrou pela janela, que estava coberta por um tapume.
— Ele entrou pela janela, tirou o tapume e me atacou. Eu estava no quarto com meu filho. Ele só parou de me golpear porque pensou que eu estava morta. Hoje, eu ainda tenho muito medo de escuro. Fiquei com trauma. Às vezes, acordo com falta de ar.
A mulher procurou a Polícia Civil após ver reportagens sobre o serial killer da baixada. Na ocasião, ela chegou a prestar queixa, mas, até a semana passada, quando o homem foi preso em flagrante e confessou ao menos 43 assassinatos, é a que a vítima se deu conta que se tratava do homem que a atacou.
Até esta segunda-feira, a DH da Baixada havia identificado 11 vítimas de Saílson — sete mortas e quatro sobreviventes. O suspeito, que está preso na Polinter e deve ser transferido para o Complexo de Gericinó (Bangu), reconheceu fotos dessa mulher que prestou depoimento nesta segunda-feira como uma de suas vítimas.
Fonte: R7