A floresta está uma mixórdia depois das últimas eleições. Mas isso é letra morta diante dos últimos acontecimentos. Depois de prometer, ameaçar, difamar e descumprir o prometido (a novidade – sempre há – é o tempo recorde das “ações” acima citadas) no período eleitoral, os donos da floresta devastada e ameaçada por sua própria corja, estão brigando entre eles e com toda a população adjacente. Uma loucura!
No meio disso, os preços dispararam, a indústria florestal parou, os investidores externos picaram a mula (que não são bestas) e os internos agora são taxados (que injustiça!) de propineiros e corrompedores ativos e passivos. Foram delatados por penas menores pelos operadores do sistema de arrecadação implantado pelos abutres quando pegos com a boca na botija. Deu pra entender?
O rolo começou na Carboflora, mundialmente conhecida e, até então, respeitada. Durante o período eleitoral a anta usou a frase preferida do seu guru crustáceo: “eu não sabia” para negar o óbvio. Depois, a coisa saiu do controle e, pra livrar seus próprios rabos, os repteis da alta cúpula nas negociatas não apenas abriram suas bocarras, mataram a cobra e, pra não haver dúvidas, mostraram o pau. Quer dizer, as atas da ladroagem. Virou foi bola de neve! Aí apareceu uma correspondência que invalidou o “eu não sabia” da anta. A coisa se alastrou como “o nunca antes na história dessa floresta”…
Os habitantes da floresta ficaram pasmos! Ainda mais quando descobriram que os esquemas alimentaram doações oficiais da campanha vindas diretamente da fonte patrocinadora, no caso, dos encarregados das obras de melhorias do habitat natural dos animais. Aquelas que raramente ficam prontas apesar de aditivadas e, antes mesmo de concluídas, são condenadas por “mal feito” elaboracionais e executivos.
As notícias dão conta que o sistema alimentador do propinoduto está implantado em todas as ramificações e trilhas da floresta. Tudo é uma questão de seguir os mestres delatores, suas informações privilegiadas e devidamente documentadas para fazerem parte da contabilidade fraudal. O negócio é muito organizado…
Parece que não vai sobrar pedra sobre pedra! O que por lei impediria, inclusive, que as maiores obreiras possam continuar suas empreitas florestais. Formiga, João-de-Barro e outros construtores tradicionais estão todinhos na pica do Saci, enquanto as cigarras cantam no calor das delações!
E não para por aí. Há mais entraves, esses resolvidos na plenária dos representantes da fauna para fazerem suas leis. Acontece que a anta, por não conseguir fazer dois mais dois serem iguais a quatro, resolveu mudar as regras da matemática financeira da floresta pela qual, quem não conseguisse chegar ao resultado correto deveria ir para o xilindró da economia.
Resultado? Quem tá junto, no caso a maioria, seguindo seus líderes, foi cooptado para mudar o que está escrito e, pior ainda, retroceder no absurdo.
A minoria – tucanos e outros animais não alinhados – se revoltou fazendo um alarido danado usando todos os meios regimentais para adiar e impedir o descalabro. Não teve jeito! De tanto ouvir “apartes” e “pela ordem” o pica-pau que conduzia as sessões quase perdeu seu novo topete, fruto de um implante, quando para – literalmente – esfriarem as discussões, a temperatura do recinto foi baixada para um grau quase glacial. Tudo para calar a oposição…
A votação da “antagonia”, a economia criativa animal, já estava garantida. O martelo do vale tudo fiscal foi batido com um “in$entivo” por decreto e condicionado a aprovação da mudança instituindo: “2+2=5 na floresta. Um agradinho de mais 750 mil em emendas para cada piada a favor. Uma bagatela de 444 milhões.
Mas cá entre nós (e os botões dos capotes usados para espantar o frio da sessão histórica) diante dos bilhões surrupiados, o que significa essa merreca animal?