Com bom número de praças, abrigando a principal instituição de ensino superior de Mato Grosso (UFMT), vida noturna agitada pelos bares e restaurantes e próximo a shoppings, mercados e comércio em geral, o Boa Esperança teria tudo para se tornar um dos bairros mais caros da capital – não fossem os assaltos, furtos e roubos que intimidam os moradores da região.
Esse talvez seja um dos fatores que explicam o resultado de uma pesquisa publicada pela Exame, uma das revistas preferidas dos empresários brasileiros, em junho de 2014. De acordo com ela, os bairros cujo metro quadrado são os mais valorizados em Cuiabá são Cidade Alta, Duque de Caxias 1 e 2 e Santa Helena, com valores que oscilam entre R$ 5,5 mil e R$ 6,35 mil.
O alto preço representa quase o dobro do verificado no Boa Esperança, que registra valor do metro quadrado entre R$ 2,95 mil e R$ 3,95 mil – um custo de imóvel comparado a bairros como Porto, Morada do Ouro e Dom Aquino, segundo a pesquisa.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi-MT), Marco Pessoz, o valor do aluguel pouco muda em relação à violência, uma vez que o que o determina é a “necessidade das pessoas”. Contudo, de acordo com o representante patronal, o preço de um imóvel é influenciado pelos índices de furtos e roubos que um bairro registra.
“O que temos aqui em Cuiabá é falta de imóveis disponíveis para a locação, ou seja, assim que você coloca um imóvel para locar, a demanda é alta. Por isso a violência não influencia muito no preço, diferentemente de seu valor de venda, que pode, sim, cair muito, dependendo do bairro”.