Os fundadores do movimento pró-democracia de Hong Kong se entregaram à polícia nesta quarta-feira (3), uma rendição simbólica após o apelo a favor do fim das manifestações e por uma participação no debate sobre as reformas políticas.Após mais de dois meses de ocupação de vários bairros da ex-colônia britânica, o movimento não conseguiu nenhum resultado concreto e ficou dividido entre os que defendem uma radicalização e os que pregam a mudança na forma de luta.
Benny Tai, Chan Kin-man e Chu Yiu-ming, fundadores do Occupy Central, movimento de desobediência civil criado no início de 2013 e o primeiro a ocupar as ruas, propõem agora uma mudança estratégica orientada para uma ação mais política.Escoltados por dezenas de militantes que usavam guarda-chuvas amarelos, o símbolo do movimento pró-democracia de Hong Kong, os três dirigentes entraram em uma delegacia do centro da cidade e pediram para ser detidos por 'participação em uma reunião não autorizada'.Os três saíram da delegacia rapidamente, já que não existem nenhuma ordem de prisão contra eles, apesar das autoridades locais e do governo chinês afirmarem que o movimento de protesto é ilegal.
"Não fomos detidos, então nos permitem sair sem restrição a nossa liberdade", declarou Benny Tai.
"Mas não acredito que isto resolva o assunto. Podemos ser detidos mais tarde ou processados por crimes mais graves. Temos que esperar e ver", completou.Ao lado dos três dirigentes também compareceu à delegacia o cardeal Joseph Zen, de 82 anos, ex-líder da igreja católica de Hong Kong, firme opositor do Partido Comunista da China.Atrás do cardeal, dezenas de ativistas formaram uma fila para seguir o exemplo.
Os confrontos de domingo passado, os mais graves desde o início dos protestos em 28 de setembro, levaram o movimento pró-democracia a uma mudança de estratégia, segundo os analistas.Ao mesmo tempo, no entanto, Joshua Wong, um dos líderes estudantis do movimento, prosseguia com uma greve de fome iniciada na segunda-feira.Wong e duas mulheres do movimento, Lo Yin-wai e Wong Tsz-yuet, explicaram que desejam pressionar o governo de Hong Kong a responder suas reivindicações de eleições totalmente livres no território em 2017.
G1