A Polícia Militar prendeu, na manhã desta quarta-feira (3), um homem suspeito de ter decapitado três pessoas em locais diferentes de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Segundo a PM, ele confessou os crimes. Os policiais chegaram ao suspeito, de 23 anos, depois da ligação de uma testemunha."Recebemos a informação da sequência de crimes e uma testemunha viu as características do veículo e denunciou pelo 190. Com a placa chegamos ao endereço do proprietário do veículo e possível autor dos crimes. Havia marcas de sangue no veículo", explicou a tenente Christiane Rocha Chenk em entrevista ao G1. "No começo ele tentou resistir à prisão, mas depois também encontramos roupas com marcas de sangue e ele confessou os crimes e disse que era para evitar um mal maior. Estamos verificando se houve ajuda de outras pessoas. Suspeitamos do envolvimento com magia negra", detalhou.
A testemunha que viu um dos crimes deu entrevista ao G1, mas por medo preferiu não se identificar."Estava indo trabalhar, quando cheguei perto vi os braços se agitando, achei que ele estava mexendo em um dos carros estacionados. Ele estava atrás de um caminhao, acho que para as câmeras não pegarem. Quando cheguei perto vi ele terminando de arrancar a cabeça dela. Fui pra cima dele. Ele disse para eu sair fora e me mostrou a machadinha. Fui para trás ele entrou no carro verde e saiu. Corri para anotar a placa."Outro caso de decapitação foi registrado na Vila Açoreana, em Poá, por volta de 20h30 desta terça-feira (2). A vítima foi uma mulher de 24 anos que foi atacada com uma machadinha. A Polícia Civil ainda não informou se há ligação com os casos de Mogi das Cruzes.
Mortes
A primeira vítima, encontrada no Mogilar, foi um homem que aparentava ser morador de rua. A Polícia Militar foi acionada por meio de uma denúncia anônima. Os policiais chegaram à cena do crime na esquina da Rua Maestro Antonio Mármora Filho, com a Avenida Francisco Rodrigues Filho, um pouco antes das 7h. A vítima ainda não foi identificada. O homem vestia meias furadas, calça, blusa de manga comprida e tinha um cobertor.O segundo corpo, segundo a polícia, foi encontrado no bairro do Rodeio depois da ponte Ângelo Albiero Filho, perto de uma empresa de vidro.
Segundo testemunhas, a vítima é uma mulher que corre todos os dias pela Avenida Antonio de Almeida Filho, que liga os bairros Nova Mogilar e Rodeio. A PM não deu nenhuma informação sobre este segundo caso. Os policiais contaram apenas que quando chegaram o corpo já estava coberto. Um funcionário de uma empresa de vidro que fica próximo do local do crime, que não quis se identificar, contou que a mulher corria pela avenida quando um caminhão verde parou no local. Um homem encapuzado saiu do veículo com um facão e um machado e decapitou a mulher.
O terceiro corpo foi encontrado em outro ponto da Avenida Francisco Rodrigues Filho, no bairro do Botujuru. No começo da manhã o corpo estava coberto com papelão. A PM confirmou que a vítima é uma mulher e foi decapitada. Pelas roupas, ela aparenta ser funcionária de alguma empresa. A vítima está com um sapato de salto, calça azul e uma das mãos está suja de sangue.
Outro caso
Na terça-feira (2) a polícia encontrou o corpo de um morador de rua também no Mogilar, em Mogi das Cruzes. No mesmo local, outro morador de rua estava gravemente ferido. A polícia suspeita que eles foram atacados enquanto dormiam embaixo da marquise de um supermercado. As vítimas tinham ferimentos na cabeça e na face causados por um instrumento cortante e apresentavam queimaduras. O caso foi na Avenida Francisco Rodrigues Filho, no bairro do Mogilar por volta das 23h30.
O delegado titular da Delegacia de Homicídios de Mogi das Cruzes, Luiz Roberto Biló, informou na tarde desta terça-feira (2) que trabalhava com algumas linhas de investigação para o caso.Mogi não tem histórico de crime de intolerância. O último caso que tivemos que envolveu moradores de rua foi em 2012. E a causa do crime foi uma briga. Não podemos descartar que no local desta última ocorrência existem vários grupos que 'moram' naquela rua. Então, a primeira linha é uma eventual briga entre os moradores, explicou .
G1