Foto: Ednei Rosa
A ação de desapropriação das quatro famílias que ainda permanecem em casas no alto do Morro do Despraiado, localizadas na Rua dos Xavantes, devem ser feitas o mais rápido possível. Relutantes a saírem do local, a ação de retirada dos moradores devem contar com o apoio da força policial e médico.
A medida foi solicitada por um oficial de justiça, em cumprimento a determinação pela imissão de posse do terreno ao Estado e a Defesa Civil emitir o alerta de perigo iminente da permanência no local.
Enquanto isso, as obras de reconformação da encosta do viaduto, que tiveram início em outubro, avançam. A execução é feita pela empresa PPO Pavimentação e Obra Ltda. que firmou contrato com a Secopa no valor de R$ 1,9 milhão.
Segundo a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), os valores referentes às desapropriações já foram depositados em 09 de setembro, no entanto as famílias aguardam a liberação dos valores por parte da Justiça.
À época da realização do procedimento licitatório para escolha da empresa que realizaria os serviços, o assessor especial da Secopa, Jamir Sampaio, explicou à reportagem que no local seriam realizados esses cortes acentuados na encosta do morro.
Erro
O erro no corte do morro foi denunciado com exclusividade pelo Circuito Mato Grosso em setembro do ano passado. Durante a edificação do viaduto, cujo custo foi de R$ 18,9 milhões, as empreiteiras responsáveis pela obra fizeram um corte no barranco sem que se houvesse planejado a construção de um muro de arrimo no local para evitar deslizamentos.
À época, o geólogo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT) Mário Cavalcanti de Albuquerque disse ao Circuito que o corte praticado colocou a rocha em exposição, abrindo a possibilidade de deslizamentos em época de chuva, o que veio a se concretizar meses depois.
Caso a contenção tivesse sido feita previamente, com a correção da instabilidade do talude, não haveria riscos de erosão, tampouco os deslizamentos teriam ocorrido, colocando em risco a segurança da população local.
Ao todo, nove imóveis precisaram ser desapropriados. As indenizações somaram R$ 2,8 milhões.