Cidades

Em entrevista ao Circuito, primeira-dama fala sobre adoção

Sentimento imensurável para a vida toda. É desta forma que a nova integrante da família Mendes, a recém-nascida Maria Luiza Taveira Mendes, de três meses, retribui o ato de carinho dos pais, Mauro e Virgínia Mendes, que esperaram cinco anos para a chegada dela.

Em entrevista exclusiva, a primeira-dama fala um pouco sobre o processo de adoção, a chegada da filha após o transplante e a rotina de ‘tudo novo, de novo’ com um bebê em casa, mesmo já tendo dois filhos adolescentes.

Quando surgiram os planos da adoção?

Sempre foi um sonho. Eu já tinha este sonho antes de casar. Então, quando eu casei, eu já falei para ele [Mauro Mendes] “quando os filhos ficarem grandes, eu quero adotar um bebê”. E aí, aconteceu. Ficamos na fila durante uns cinco anos, fizemos cursos, tudo direitinho para a chegada deste momento.

E por que decidiu adotar?

Eu sou filha adotiva. Minha mãe me deu muito amor e eu queria retribuir. Como eu fui adotada, tive um lar e eu queria fazer o mesmo com uma criança.

Como ficou a rotina com um novo bebê em casa?

Muda tudo. Já estou há noites sem dormir. O negócio é começar tudo de novo e reaprender. Porque quando você tem filhos já adolescentes, e pega um bebezinho, você tem que reaprender tudo de novo.

O casal está curtindo esta ‘antiga nova fase’?

Muito. Acho que, pela nossa idade, estamos curtindo bastante. A gente está naquela fase de ter muito trabalho, uma coisa atrás da outra. Depois dessa cirurgia, de todo esse processo que passei com a doença, indo e vindo ao hospital, e agora receber ‘a chamada’, que já era a minha vez, fiquei muito feliz. 

Após a cirurgia*, a senhora chegou a pensar em desistir da adoção?

Sim. Eu cheguei a pensar que não queria mais, por conta de tudo que passei e também porque demorou. Eu não imaginava que ia querer tanto. Quando bati o olho, fiquei apaixonada na mesma hora. Podia ter até não dado certo. Podia ter sido antes, que aí não poderia pegar, pois passava mais tempo no hospital do que em casa. Poderia ter sido na época da cirurgia, que eu também não poderia pegar. Ou logo depois, no momento em que estava de repouso e que também não poderia pegar. Então chegou na hora certa.

Conte-nos como foi receber a notícia e o primeiro encontro.

Tinha acabado de chegar a São Paulo. E o Mauro tinha ligado diversas vezes no meu celular. Retornei e perguntei o que era, e ele falou que tinha chegado a nossa vez. Isso foi numa sexta-feira, quando foi no domingo eu voltei para Cuiabá para vê-la. Quando ela chegou, já peguei e não queria soltar mais. Foi amor à primeira vista.

Como seus filhos [Ana Carolinne (19) e Luiz Antônio (17)] reagiram à chegada do bebê?

Meu filho está muito apaixonado. A minha filha está desesperada, porque está morando em São Paulo a estudos. Ela vinha pouco para Cuiabá, mas agora está vindo mais vezes por causa dela. Todo mundo de casa está apaixonado e babando por ela.

Há diferença entre filhos gerados e adotivos?

Muitas pessoas me questionam se é o mesmo amor, porque tem medo de adotar e rejeitar a criança. E eu sempre respondo que não tem diferença. Para mim, é como se ela tivesse saído da minha barriga. O Mauro está tão apaixonado quanto eu. A diferença nem passa na nossa cabeça. Quando os pais decidem adotar, é porque estão prontos para receber os filhos. A criança chega à família como se ela tivesse saído da gente.

O que a senhora tem a dizer para os pais que querem adotar uma criança?

Eu aconselho a todo mundo que queira adotar que tenha esta segurança de não ter medo, porque tem muitas crianças que precisam de uma mãe. E elas são muito carentes de amor, de carinho. Então, eu acho que é uma luz na sua casa, uma bênção. Às vezes as pessoas podem até pensar que foi sorte da criança de vir fazer parte da nossa família, mas acho que foi muita sorte nossa por ter um bebê tão sorridente e amoroso como ela em nossas vidas.

* Virgínia fez uma intervenção cirúrgica para transplante de rim, doado pelo marido, o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes. A primeira-dama sofria de síndrome renal policística, doença genética que afeta os rins em caráter progressivo.

 

Noelisa Andreola

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