Cidades

Trinta anos, oito gestores… e nada!

Josiane Dalmagro – Da Redação

Trinta anos, oito gestões e seis governadores diferentes não foram o suficiente para resolver os entraves do término da construção do elefante branco esquecido no Centro Político Administrativo, outrora sonho de ser um hospital de referência, o Hospital Central de Cuiabá.

Uma trajetória de erros, desculpas, falhas e uma promessa feita e reiterada por muitos gestores e secretários, mas jamais cumprida.

Dessa vez quem promete, ou prometeu durante a campanha, foi o governador eleito Pedro Taques (PDT), outrora procurador da República que propôs, em 2003, ação civil pública de ressarcimento junto ao Ministério Público Federal (MPF), pelos gastos de R$ 14 milhões com a obra, contra o ex-governador Jayme Campos (DEM), seu atual aliado político. Além do abandono, ele questionava indícios de superfaturamento. Na época Jayme recorreu e foi inocentado. Em 30 de agosto de 2010, o juiz federal da 5ª Vara Federal, José Pires da Cunha, acatou os pedidos do MPF, inclusive o da retomada das obras.

Ninguém quer assumir o filho

O problema real para a não conclusão do Hospital Central de Cuiabá vai muito além de imbróglios jurídicos e políticos, a questão é mais pontual e tem relação com as consequências de um hospital – do porte que se propôs para o Central – estar em pleno funcionamento.

Mais do que conseguir os recursos e a boa vontade política de aliados para recomeçar e terminar a obra do Hospital Central, o grande desafio de qualquer governante será manter a estrutura em pleno funcionamento, já que os custos para a manutenção básica e aquisição constante de materiais é muito alta, além do corpo de médicos necessários, já que o local seria um centro de atendimento de alta complexidade.

Para se ter uma ideia, o custo médio por mês do Pronto-Socorro de Cuiabá é de R$ 8 milhões, segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde de Cuiabá.

No caso do Hospital Central, pelo seu porte, poderia se dizer que esse custo seria duas ou até três vezes maior. A pergunta é: quem quer assumir uma dívida mensal desse tamanho? Nessa mesma linha de pensamento pode-se imaginar que é mais fácil assumir o ônus de uma obra inacabada do que de um hospital com problemas de atendimento e falta de recursos.

Confira reportagem na íntegra. 

Redação

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