A Polícia Civil de São Paulo identificou e deteve suspeitos de determinarem toque de recolher e de atacar ônibus nesta terça-feira (25) na Zona Norte de São Paulo. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (26) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Está sendo investigada a possibilidade de a ação criminosa ter sido orquestrada para vingar o assassinato de um traficante, neste domingo (23).De acordo com a pasta, quatro pessoas, sendo dois adolescentes, foram detidos por suspeita de ordenarem comerciantes a baixarem as portas. Eles acabaram responsabilizados por associação criminosa. Os maiores ficarão presos e os adolescentes serão apreendidos e levados a uma unidade da Fundação Casa, onde passarão por medidas socioeducativas.
Outras 12 pessoas foram identificadas por suspeita de participação nos ataques incendiários a veículos. Um ônibus e um carro foram queimados a 200 metros da sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. Entre os suspeitos, cinco são adolescentes. A polícia tenta localizá-los.Nesta semana, grupos de WhatsApp receberam arquivos de áudio sobre represálias devido à morte de um suposto criminoso. Nas conversas, havia a convocação para toque de recolher no comércio e ataques a ônibus. Em outras mensagens, supostos policiais alertavam para o risco de criminosos da facção que atua dentro e fora dos presídios planejarem ataques.
A SSP informou na terça-feira que não tinha detalhes da investigação, mas completou que apura os boatos de que criminosos decretaram toque de recolher e ataques. Pelo Twitter, a PM divulgou no mesmo dia que o policiamento está reforçado na região "a pedido de usuários, garantindo sensação segurança e silenciando boatos".
Morte no domingo
No domingo, Jeorge Vieira Ponciano, conhecido como JJ, foi morto a tiros dentro de uma pizzaria no Jardim Brasil, na Zona Norte. Ele estava no estabelecimento, na esquina da Rua Tosca com a Avenida Roland Garros, quando dois homens passaram em duas motos atirando, de acordo com a polícia.
Na terça-feira, o comércio em bairros da Zona Norte fechou durante a tarde após boatos de toque de recolher e ataques circularem entre lojistas e grupos de WhatsApp. Além das lojas fechadas, instituições públicas, como o cartório eleitoral baixou as portas antes do horário previsto. Pais também foram buscar os filhos mais cedo nas escolas.
Segundo comerciantes ouvidos pelo G1, o toque de recolher foi recomendação da PM como alerta para futuros ataques em retaliação á morte de um criminoso. Em entrevista coletiva na terça-feira, o secretário da SSP, Fernando Grella, disse que a polícia estava mobilizada para averiguar as informações sobre toque de recolher.
Outros ataques
Além da Zona Norte, a Zona Leste da capital, mais Osasco e Cubatão registraram ações criminosas contra veículos na terça-feira. A polícia investiga se os casos têm relação e se também teriam sido motivados pela prisão de um criminoso também na terça. Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, estava foragido desde 2010.
G1