Cerca de 20 operários que permaneceram nas obras de revitalização do Complexo Turístico da Salgadeira continuam de braços cruzados. A posição será mantida, pelo menos, até que a Farol Empreendimentos e Participações, responsável pela obra, realize a quitação de débitos referentes à folha de pagamento de outubro, cujo valor se aproxima a R$ 80 mil.
Após mais uma rodada de negociação, ocorrida na manhã desta segunda-feira (24), na sede da Farol, a empresa informou que teria R$ 50 mil em caixa, valor suficiente para quitar 80% da folha salarial e tentou acordo para que o restante fosse recebido na próxima terça e os trabalhadores retornassem imediatamente à obra.
Descontentes com tal proposta, os grevistas preferiram permanecer paralisados e receber o valor total na próxima terça-feira (24). Caso o combinado não seja cumprido, os trabalhadores prometeram continuar a greve.
“Nós decidimos esperar até a próxima terça-feira e vamos aguardar parados. No comércio de Chapada dos Guimarães ninguém mais acredita que vamos pagar nossas dividas. Todo dia saímos cedo para trabalhar e não sabemos quando vamos receber”, afirmou um dos operários, Ramon Alexandre.
Segundo Joaquim Santana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), o sindicato continuará acompanhando os trabalhadores até que a situação se regularize, já que a empresa informou que só no dia 20 de dezembro poderá quitar a folha de pagamento deste mês, que vence no próximo dia cinco.
“Nós orientamos os trabalhadores para terem um pouco mais de paciência, esperando a solução do problema, sem abrir uma medida judicial, que demoraria muito mais tempo”, explicou Santana.
Outro Lado
Após a reunião a Farol Empreendimentos e Participações não se pronunciou sobre o caso.
O advogado do SINTRAICCCM, Manoel Seixas, afirmou que a empresa justificou que os atrasos nos repasses do Estado prejudicaram o cumprimento dos compromissos com os trabalhadores.
Segundo o advogado, a Secretária Extraordinária da Copa (SECOPA), que com o prazo de extinção já programado, estaria repassando os contratos de obras ainda em execução para as secretarias responsáveis.
“A empresa justificou que os contratos que ela (Farol) tem com a Secopa, a secretaria teria devolvido para a pasta de origem, no caso a secretaria de Turismo. Agora precisam que o Turismo faça um aditivo contratual, pois a obra já foi executada, eles têm valores a receber, mas não recebem”, explicou Seixas.