Foto: Ednei Rosa
Quem passa pela Avenida Miguel Sutil, nas proximidades do viaduto do Despraiado, percebe um ‘novo visual’ no local. Passado o imbróglio em torno dos problemas na encosta do viaduto, as obras parecem caminhar em ritmo acelerado. Ainda assim, quatro famílias permanecem em casas que ficam no alto do morro, localizadas na Rua dos Xavantes.
Os valores referentes às desapropriações já foram depositados pela Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) – em 9 de novembro –, no entanto as famílias aguardam a liberação dos valores por parte da Justiça.
Enquanto isso, as obras de reconformação da encosta do viaduto, que tiveram início em outubro, avançam. A execução é feita pela empresa PPO Pavimentação e Obra Ltda. que firmou contrato com a Secopa no valor de R$ 1,9 milhão.
Segundo a assessoria de imprensa da pasta, já foram executados no local cortes em talude na encosta no morro e, enquanto aguardam a saída das famílias, os operários realizam outras frentes de serviços.
À época da realização do procedimento licitatório para escolha da empresa que realizaria os serviços, o assessor especial da Secopa, Jamir Sampaio, explicou à reportagem que no local seriam realizados esses cortes acentuados na encosta do morro.
Segundo ele, os cortes são necessários para que os puxões de terra sejam minimizados, estabilizando o talude e acabando com o deslizamento existente no local.
Ainda de acordo com o engenheiro, foi verificado que não existia a necessidade de construção de um muro de contenção. “É necessária apenas a reconformação da encosta, instalando ainda dispositivos de drenagem e, por fim, o revestimento da vegetação no local”, explicou ele.
Erro – O erro no corte do morro foi denunciado com exclusividade pelo Circuito Mato Grosso em setembro do ano passado. Durante a edificação do viaduto, cujo custo foi de R$ 18,9 milhões, as empreiteiras responsáveis pela obra fizeram um corte no barranco sem que se houvesse planejado a construção de um muro de arrimo no local para evitar deslizamentos.
À época, o geólogo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT) Mário Cavalcanti de Albuquerque disse ao Circuito que o corte praticado colocou a rocha em exposição, abrindo a possibilidade de deslizamentos em época de chuva, o que veio a se concretizar meses depois.
Caso a contenção tivesse sido feita previamente, com a correção da instabilidade do talude, não haveria riscos de erosão, tampouco os deslizamentos teriam ocorrido, colocando em risco a segurança da população local.
Ao todo, nove imóveis precisaram ser desapropriados. As indenizações somaram R$ 2,8 milhões.