As emissões brasileiras de gases de efeito estufa aumentaram 7,8% em 2013 na comparação com o ano anterior, de acordo com levantamento paralelo ao do governo federal, divulgado nesta quarta-feira (19) por organizações não governamentais. Em números absolutos, o total lançado saltou de 1,45 bilhão de toneladas de CO2 equivalente para 1,56 bilhão tCO2eq.O CO2 equivalente compreende o lançamento de ao menos seis gases poluentes, como o metano, o dióxido de carbono e óxido nitroso.
Os dados do SEEG (Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa) vão na contramão dos números do Ministério da Ciência, que atualizou recentemente o Inventário Nacional.De acordo com a pasta, entre 2005 e 2012 as emissões caíram 41,1%, corte impulsionado pela redução no desmatamento. O governo não divulgou dados referentes a 2013.
Mas segundo o novo estudo, que analisou dados mais recentes sobre o desmatamento da Amazônia Legal (que cresceu 29% entre agosto de 2012 e julho de 2013), além do desflorestamento em outros biomas, ficou constatada a elevação das emissões ligadas às mudanças no uso do solo (+16,4%) e na geração de energia (+7,3%). Neste último setor, o acréscimo foi em decorrência do maior uso de termelétricas movidas a fontes fósseis, como carvão. Houve alta ainda no lançamento de gases-estufa provenientes da agropecuária (+27%), processos industriais (+6%) e resíduos (+3%).
Segundo o levantamento, o total de emissões por pessoa (per capita), que caía desde 2004, quando atingiu o pico de 16,4 toneladas de CO2 por habitante, voltou a crescer em 2013 e alcançou o patamar de 7,8 t de CO2/hab o total é maior que a média global de 7,2 tCO2/hab e superior ao índice nacional registrado em 2012, de 7,50 t de CO2/hab.A plataforma on-line SEEG é uma iniciativa do Observatório do Clima e envolve as organizações Imazon, Imaflora, Iema e Iclei.
Dados por estado
O SEEG calculou ainda as emissões por estado. De acordo com o estudo, o Pará foi o principal lançador de gases-estufa do país, com 175,8 milhões de t COeq. A maior parte das emissões vem das mudanças de uso da terra, impulsionada pelo desmatamento na Amazônia Legal.Segundo dados do Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e que mede a perda de vegetação no bioma para o governo federal, entre agosto de 2012 e julho de 2013 houve perda de 2.346 km² de vegetação amazônica.
Mato Grosso é o segundo da lista, responsável por 147,7 milhões de t CO2eq, a maior parte associada também associada ao uso do solo. São Paulo vem em seguida, com 133,7 milhões de toneladas de CO2eq.Diferente dos outros dois estados, o setor de geração de energia foi o principal emissões de gases-estufa, de acordo com o levantamento.
G1