O presidente Barack Obama pediu nesta quinta-feira (13) aos dirigentes de Mianmar que acelerem as reformas democráticas que começaram a ser feitas há quatro anos depois de meio século de governo militar."Os progressos não foram tão rápidos quanto esperávamos quando começou a transição há quatro anos. Em algumas áreas, as reformas frearam e, inclusive, retrocederam", afirmou o presidente em um entrevista concedida ao jornal digital The Irrawaddy."Além das restrições à liberdade de imprensa, continuamos vendo violações aos direitos humanos mais básicos e abusos nas zonas étnicas do país, incluindo acusações de execuções extrajudiciais, violações e trabalhos forçados", acrescentou Obama.
Na véspera, ao chegar ao país, onde se reunirá com o presidente Thein Sein e outros líderes asiáticos na cúpula de países do Asean, realizado na capital do país, já havia tocado na questão do retrocesso das reformas.O tema ganhou evidência depois que a dissidente Aung San Suu Kyi criticou Washington por ser "muito otimista" quanto às reformas pós-junta."Os progressos não têm sido tão rápidos quanto muitos esperavam quando a transição começou", com a auto-dissolução da junta militar em 2011, declarou o presidente ao chegar em Naypyidaw.
Ele listou as "restrições" impostas aos ex-presos políticos, as prisões de jornalistas e o recente assassinato de um repórter, Aung Naing, pelo exército.O presidente Obama também evocou a situação política, faltando um ano para as eleições legislativas de 2015, enquanto que a Constituição herdada da junta impede Aung San Suu Kyi de se tornar presidente."A reforma constitucional deve refletir a vontade do povo birmanês", insistiu.
"Ele deve permitir eleições sérias, transparentes e abertas", acrescentou, citando a necessidade de "maior controle civil sobre os militares", que ainda têm 25% dos assentos no parlamento.Ele também saudou seu encontro nesta sexta-feira com Aung San Suu Kyi, uma vez passada a cúpula regional de Naypyidaw, para "ouvir o que ela acha da reforma constitucional e das eleições do próximo ano".Obama também citou a falta de um acordo de paz com as rebeliões étnicas e os "testemunhos de execuções extrajudiciais, estupros e trabalhos forçados" nas áreas de conflito entre o exército e os rebeldes.
G1