Você já ouviu falar dos celulares “xing-ling”? São dispositivos móveis geralmente baratos, falsificados e fabricados na China. Para os fãs de tecnologia, o termo “xing-ling” também pode ser usado para se referir a qualquer dispositivo que tenha baixa qualidade ou origem duvidosa.
É provável, entretanto, que as pessoas deixem de escutar isso nos próximos anos. Isso porque as grandes empresas chinesas e taiwanesas, que fabricam smartphones e tablets top de linhas, estão chegando ao Brasil com força e trazendo os seus produtos consigo.
A Xiaomi, líder de vendas de smartphones na China e considerada a “Apple chinesa”, começou a estruturar a sua operação no País no início deste semestre. Maior do que companhias como a Nokia e Sony, a gigante chinesa já contratou profissionais de software, hardware e marketing para iniciar a produção e venda de smartphones no mercado brasileiro.
Em 2013, a Xiaomi contratou o brasileiro Hugo Barra, que até então era vice-presidente do Android, do Google, para que a empresa iniciasse o processe de expansão para o ocidente, visando principalmente o Brasil, até 2016.
Outra empresa que também apostou no Brasil e obteve excelentes resultados foi a Asus, criada em Taiwan no fim da década de 1980. Recentemente a companhia lançou seus dois primeiros smartphones no País: o Asus Zenfone 5 e o Zenfone 6.
De acordo com informações divulgadas pela assessoria, a empresa vendeu 10 mil unidades do Zenfone 5 em menos de 24 horas, além de esgotar em três horas o modelo com preço promocional (R$ 499).
Com fabricação brasileira, a Asus aposta no preço baixo e design diferenciado para atrair o público brasileiro. De acordo Marcel Campos, diretor de Marketing e Produtos da Asus no País, ainda há bastante espaço no mercado nacional a ser explorado com a tecnologia chinesa.
— Nós temos que lembrar que existem novos mercados surgindo. Existem novas empresas chegando, com novas visões de mercado. Essas companhias às vezes estão mais prontas para acompanhar o futuro do mercado, até às vezes mais preparadas do que as empresas antigas.
Outra companhia asiática que expande sua operação no Brasil é a Lenovo. No início do ano a chinesa, uma das cinco maiores fabricantes de smartphones do mundo, abriu sua fábrica em Itu (São Paulo). Apesar do foco maior em notebooks e servidores, a empresa trouxe recentemente para o País o seu Yoga Tablet 2. Na última semana, a Lenovo concluiu a compra da divisão de celulares da Motorola, mas a compra não deve mudar os planos da marca no Brasil.
Problemas
Apesar de grandes marcas chinesas estarem de olho no Brasil, muitas outras empresas famosas na China com smartphones top de linhas, como a HTC e a Vivo, não deram nenhum sinal de expandir o mercado até o País. A HTC inclusive fechou sua operação no País em 2012.
Caso o usuário opte por adquirir um desses dispositivos do exterior, é importante que ele fique atento a alguns aspectos, como a validade desses aparelhos no território nacional e o risco de extravio e taxações.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) anunciou no início deste ano que iria iniciar o desenvolvimento de uma ferramenta que bloqueia o sinal de dispositivos que não forem homologados pela agência. Chamado de Siga (Sistema Integrado de Gestão de Aparelhos), o sistema ainda não foi totalmente implantado no País, mas é provável que atrapalhe a vida de quem comprar smartphones no exterior.
R7