Da Redação
Policiais federais de todo o país suspenderam a paralisação de 72 horas e que estava prevista para ter início nesta quarta-feira (22). A decisão foi tomada em reunião da Federação Nacional da categoria, a Fenapef, realizada na noite de terça (21), da qual participaram representantes dos 27 sindicatos regionais, por videoconferência.
Na ocasião, a categoria aprovou um voto de confiança à intervenção do Ministro interino da Casa Civil, Valdir Simão, e do Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, que estabeleceram um compromisso já agendado para solucionar a crise na Polícia Federal.
O motivo da greve foi a Medida Provisória 657/2014, encaminhada recentemente pelo Governo. Ela cria prerrogativas políticas para o cargo de delegado e o transforma numa espécie de policial-juiz, retirando a autoridade e a perspectiva profissional dos demais cargos policiais.
A falta de interesse público dessa MP é comprovada pela declaração de um Deputado Federal e também delegado federal para a imprensa: “o Governo teve que editar uma MP à noite, porque sabia que hoje seria uma pancadaria. Botamos o Governo de joelhos”.
As primeiras manifestações já haviam se iniciado em algumas capitais, mas a intervenção de Berzoini e Simões foi considerada o início de uma solução política, que vai envolver vários ministérios na busca pelo justo reconhecimento profissional de todos os policiais federais. Afinal, para os dirigentes sindicais, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o Diretor da PF, Leandro Daiello, são os grandes responsáveis pela crise institucional do órgão.
Segundo a federação, a alta cúpula do governo federal demorou a perceber os efeitos da péssima gestão da Polícia Federal e seus impactos para os servidores e para a Sociedade. A entidade afirma que a gestão da segurança pública tem sido desastrosa, e a personalidade forte de Cardozo tem sido o maior obstáculo para a modernização de um modelo burocrático e ineficiente de polícia fascista, herdado da época da ditadura.
Jones Borges Leal, presidente da Fenapef, explica que “a suspensão da greve mostra que o movimento sindical da PF é apartidário e justo. Só queremos trabalhar em paz e sermos reconhecidos pelo nosso esforço e dedicação. Estamos há quase seis anos com salários congelados e nossas atribuições são realizadas na informalidade, pois não temos uma Lei Orgânica que reconheça nossas atividades de inteligência, análise criminal e perícias”. (com assessoria)