Fé e devoção foram os sentimentos que moveram mais de 2 milhões de pessoas na procissão do Círio de Nazaré pelas ruas de Belém, no Pará, neste segundo domingo de outubro (12). A berlinda chegou à Praça Santuário, onde é celebrada uma missa que marca o encerramento da procissão às 11h45. Durante o trajeto de 3,6 km percorridos da Catedral de Belém até a Praça Santuário, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré recebeu homenagens de católicos que transformaram as ruas da capital paraense em um mar de gente, que rezando e catando fizeram da edição 222 do Círio de Nazaré emocionante.
Com o tema “Ensina teu povo a rezar”, os fieis agradeceram graças alcançadas e pediram a intercessão da Rainha da Amazônia em causas consideradas impossíveis. A devota Michele Ferreira participou da caminhada levando uma criança de cera, que representa o filho doente.
“Meu filho tem 10 anos, com 4 o médico diagnosticou ele com sopro cardíaco. O médico disse que ele precisava fazer uma cirurgia para colocar uma prótese, pois a válvula dele é deformada. Quando eu saí do hospital eu fui até a Basílica e fiz a promessa para que ela intercedesse… Pedi para que saia tudo bem ou até mesmo, pela minha fé, para que ele seja curado e não seja preciso fazer a cirurgia. Já são 6 anos que eu trago essa imagem”, conta emocionada.
Há 17 anos, o Círio do pedreiro Elinaldo Marques é diferente. Ele é um promesseiro que puxa a corda atrelada a berlinda que leva a imagem peregrina. Em 2014, ele soltou a corda no início da avenida Nazaré por conta de uma dor no joelho. O que seria um sacrifício é considerado uma honra para Elinaldo. “Por causa de uma graça alcançada, que eu não posso contar, quero acompanhar o Círio o resto da minha vida. Essa é uma maneira de estar perto de Nossa Senhora de Nazaré”, afirma.
Quem vem de outros estados se impressiona com a grandiosidade da festa religiosa, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade e considerada a maior procissão católica do mundo. A médica Karla Souto mora em São Paulo, mas é paraense. Ela acompanha a procissão com uma casa na cabeça, agradecendo a Nossa Senhora de Nazaré por ter comprado uma casa no Pará, no estado dela. “Por mais que eu more a há muito tempo fora, eu faço questão de morar aqui”, afirma.
G1