Política

“Mais uma vez o povo brasileiro me honrou”, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff (PT) comemorou em Brasília neste domingo (5) a sua ida para o segundo turno das eleições 2014.  Ela disputará o páreo com o candidato Aécio Neves (PSDB). Com 99,9% das urnas  apuradas, a petista registra 41,59% da preferência do eleitorado nacional, contra 33,55% do tucano. Marina Silva (PSB), que chegou a empatar com Dilma nas pesquisas eleitorais, registra 21,32% dos votos válidos.

Sentido-se vitoriosa, a candidata à reeleição agradeceu os votos e afirmou que está honrada com a confiança que o povo deposita no governo dela.

— Mais uma vez o povo brasileiro me honrou ao me dar a vitória. Ao todo, foram sete vitórias: quatro do Lula, duas minhas [primeiro e segundo turno em 2010], e, agora, mais uma nesse primeiro turno da eleição. Ao celebrar essa vitória, minhas palavras são de agradecimento. Agradecer o eleitor, a eleitora.

O pronunciamento foi realizado no hotel  Royal Tulip, que fica a poucos metros do Palácio da Alvorada, em Brasília. Dilma afirmou que sente como se tivesse “recebido um recado simples” do eleitor brasileiro: que ela precisa seguir em frente. Ela prometeu continuar lutando para vencer o segundo turno das eleições e fez um agradecimento especial a Michel Temer (PMDB), vice-presidente na chapa de Dilma, por ter se transformado em um “fervoroso militante”.

— [Temer] andou o Brasil defendendo nosso projeto, nossas propostas e o nosso governo. Agradeço também ao meu partido, aos partidos aliados, as lideranças de outros partidos que, embora não estivesse na base, estiveram comigo na luta diária. Destaco também o apoio das centrais sindicais e dos queridos candidatos a governadores, senadores,  que somaram suas campanhas à minha campanha, em um gesto conjunto. E quero encerrar agradecendo essa militância guerreira, que tiveram empenho em todos os cantos do país.

Em seus agradecimentos, a presidente Dilma também lembrou do apoio que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sua trajetória política e afirmou que, sem ele, jamais teria realizado o sonho de se tornar presidente da República.

— Gostaria de agradecer também ao nosso líder e querido presidente Lula. Sem o presidente Lula, eu não teria chegado onde cheguei, não teria realizado meu sonho de um Brasil melhor. A luta continua.

Neste momento, Dilma ficou em a voz embargada e visivelmente emocionada. Seus militantes concluíram a fala de Dilma com gritos de guerra.

— Depois da frase ‘a luta continua’, tinha que ser mesmo ‘o povo, unido, jamais será vencido’. É uma luta de construtores de futuro, que não deixará jamais o Brasil voltar para trás.

Campanha

Já no clima da campanha para o segundo turno, a presidente também aproveitou sua fala para lembrar a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, mas disse que é “preciso seguir em frente”. Ela voltou a agradecer a maioria dos brasileiros que votaram dizendo que a mudança mais segura é que ela e seus aliados estão construindo e afirmou ser a primeira pessoa a querer sempre mais.

Entre as promessas, Dilma garantiu “grandes mudanças” na educação e em outras áreas, ampliando tudo que já foi feito durante seu governo. A candidata aproveitou para alfinetar seu rival no segundo turno, afirmando que seu governo não vai recorrer ao “arrocho salarial” como, segundo ela, fez o PSDB.

— Temos ideias novas para políticas sociais que são muitas: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida. Mas, com a certeza de que quem soube fazer, é quem sabe avançar. O povo brasileiro acaba de dizer, e nós temos certeza que vai dizer outra vez, que não quer o passado de volta, como a recessão, o arrocho e o desemprego. Nós teremos mais uma vez que disputar com o PSDB, mas é certo que o povo não quer de volta os fantasmas do passado, que jamais promoveram, quando puderam, políticas de inclusão social e redução da desigualdade. O PSDB virou as costas para o povo.

Dilma, no entanto, não se manifestou sobre possíveis alianças para o segundo turno.

Reviravolta no cenário eleitoral

O resultado das eleições no primeiro turno é representa a segunda reviravolta na corrida presidencial. Marina Silva tinha conseguido ultrapassar Aécio nas pesquisas após a morte do candidato Eduardo Campos (PSB), quando ela assumiu a cabeça da chapa. Com isso, ela acabou se tornando o principal alvo dos ataques petistas, que no fim conseguiram desconstruir a imagem da candidata.

As pesquisas de boca de urna já apontavam que Aécio conseguiria surpreender Marina e chegar ao segundo turno. Antes de se recuperar, Aécio chegou a ter apenas 14% das intenções de voto e ficou conhecido como um candidato pouco competitivo.

O resultado confirma a segunda reviravolta no cenário da corrida presidencial. Antes da morte do ex-governador Eduardo Campos, que era candidato pelo PSB, Dilma e Aécio já apareciam nas pesquisas em primeiro e segundo lugar, respectivamente.

Quando Marina assumiu a cabeça da chapa, disparou nas pesquisas e virou alvo do PT, que concentrou a campanha de Dilma na desconstrução da imagem da ex-senadora.

Aécio chegou a ter apenas 14% das intenções de voto e passou a ser visto como candidato pouco competitivo. A arrancada do tucano começou a se desenhar apenas na última semana antes do pleito. 

R7

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões