A transexual gaúcha que estava presa no Egito foi solta nesta quarta-feira (23) após audiência com autoridades do país e a embaixada brasileira, informou a advogada dela. Jheniffer Dalbosco estava detida desde o dia 15 de setembro em uma cadeia feminina no Cairo acusada de prostituição, que é crime no país africano. Segundo a advogada Luciane Medeiros, que defende Jheniffer, a Justiça egípcia estipulou uma fiança de aproximadamente R$ 30 mil, que foi paga com a ajuda de familiares e amigos dela. A brasileira deve retornar ao país entre quinta (25) e sexta-feira (26).
A advogada disse que quer conversar com ela pessoalmente para ver se há necessidade de entrar com alguma ação contra o país africano. "A integridade física dela estava sob total responsabilidade do Egito. Não sei qual o regime de lá. Quero falar com ela para ver se houve lesão corporal e só então vamos pensar no que fazer", declarou.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores havia informado que a Justiça do Egito havia estipulado fiança de US$ 2,8 mil (cerca de R$ 6.725,00) para liberar a brasileira. A ministra Luiza Lopes da Silva, diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, disse que a embaixada brasileira no Cairo não encontrou indícios de discriminação na prisão de Jheniffer, como alega a advogada dela.
Segundo familiares em Porto Alegre, Jheniffer mora na Espanha desde 2006 e disse que faria uma viagem de turismo ao Egito. Há cerca de duas semanas, os parentes souberam que ela e uma amiga haviam sido presas no país acusadas de prostituição, que é crime com pena prevista de um a três anos no país. A advogada diz que não há indício que prove a acusação e acredita que ela foi vítima de discriminação por ser transexual.
G1