A NASA promete colocar uma impressora 3D em órbita pela primeira vez neste sábado, 20 de setembro. A intenção da agência é fabricar através do dispositivo peças de reposição e ferramentas necessárias no espaço, economizando tempo e dinheiro.
Niki Werkheiser, gerente do projeto, explica que quando um item na estação espacial se quebra, é necessário enviar sua reposição da Terra para o espaço, em um processo que pode levar meses e custar milhares de dólares. Se utilizada para suprir esse problema, a tecnologia de impressão 3D pode revolucionar a área espacial, liberando espaço na estação e diminuindo cargas.
No entanto, há algumas dificuldades na ideia. A impressão no espaço enfrenta alguns obstáculos, como a falta de gravidade para fazer com que o plástico derretido caia na cama de impressão. O calor também é um problema: funcionando de maneira diferente em ambiente de microgravidade, praticamente não há nenhuma transferência de calor pelo movimento dos líquidos e gases. Dessa maneira, é necessário gerenciar a temperatura do processo. Além disso, o dispositivo não pode emitir fumaça, como as tradicionais costumam fazer, já que isso poderia contaminar o ambiente fechado.
A impressora da NASA foi desenvolvida pela empresa Made in Space, da Califórnia, é do tamanho de um forno microondas e utiliza um plástico semelhante ao do Lego. Para controlar a falta de gravidade, a estrutura foi modificada para que a tensão do plástico fundido mantenha as camadas coladas, além do conteúdo ser mais resistente e construído para que os componentes não flutuem. O aparelho funciona de maneira automatizada: os projetos são enviados da Terra e monitorados por meio de uma transmissão ao vivo.
Testes
O dispositivo será transportado a bordo de uma cápsula espacial e instalado na Estação Espacial Internacional, onde os astronautas testarão a tecnologia. Na primeira etapa, serão impressos pequenos remendos de plástico, chamados cupons. Depois o objetivo é começar a produzir pequenas ferramentas.
Futuro
A agência espacial prevê o envio de robôs de impressão 3D para a Lua ou Marte no futuro, para que eles construam estruturas no local. De acordo com Werkheiser, a iniciativa é o primeiro passo para a produção sustentável em órbita.
Na Terra, é possível que o material mais resistente esteja disponível para o uso comercial em breve e possa imprimir, por exemplo, ferramentas de laboratório e até componentes de satélite.
Via The Verge