Cinco casos do vírus Chikungunya foram confirmados em moradores da cidade de Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador. As informações foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (19), em uma coletiva de urgência realizada pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no Centro Administrativo (CAB), em Salvador.
De acordo com o órgão, as pessoas infectadas contraíram a doença no estado, sendo considerados casos autóctones.
As confirmações da ocorrência de Chikungunya na Bahia foram feitas depois que 16 amostras de pacientes, colhidas em Feira de Santana, foram encaminhadas para análise do Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará.
"Lá são feitos os testes para confirmação ou não. Nós recolhemos as amostras e enviamos. Hoje o secretário nacional da Saúde, Jarbas Barbosa, nos confirmou", informou Washington Couto, secretário da saúde do estado da Bahia.
Ainda de acordo com o secretário, foram encaminhadas amostras de Salvador e Feira de Santana. "Duas amostras de Salvador analisadas foram dadas como negativas. Uma não foi possível identificar a amostra porque não foi encaminhada no período correto. Nós estamos refazendo os testes. Vamos fazer uma nova coleta, mas os casos de Salvador não foram confirmados", afirma Couto.
Segundo Alcina Andrade, superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde, as pessoas infectadas com a doença em Feira de Santana "estão sendo acompanhadas em nível laboratorial e não precisam ficar internadas". Ainda segundo a superintendente, a forma de manifestação do vírus é domiciliar e autóctone. "São transmitidos pelo mosquito aedes aegypti, que transmite a dengue, é o mesmo que transmite o vírus do Chikungunya. O criadouro do aedes está dentro das casas ou no peridomicílio", esclarece. A taxa de mortalidade do vírus é de 0,2% a cada 1000 pessoas. Nenhum caso de morte foi registrado no Brasil.
A superintendente alerta as pessoas para a participação no reconhecimento e eliminação desses criadouros do foco. Também sobre a importância de que não tenham contato com a água. E acrescenta, "os casos suspeitos devem ser comunicados em até 24h, a partir da suspeita inicial.
Os sintomas da doença são parecidos com os da dengue: febre, dor de cabeça e nas articulações. Uma professora do Amapá contraiu a doença e relatou ter ficado sem andar durante uma semana. A funcionária pública foi o primeiro caso confirmado de infecção da doença no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS).
Sintomas
Entre quatro e oito dias após a picada do mosquito infectado, o paciente apresenta febre repentina acompanhada de dores nas articulações. Outros sintomas, como dor de cabeça, dor muscular, náusea e manchas avermelhadas na pele, fazem com que o quadro seja parecido com o da dengue. A principal diferença são as intensas dores articulares.
Tratamento
Não há um tratamento capaz de curar a infecção, nem vacinas voltadas para preveni-la. O tratamento é paliativo, com o uso de antipiréticos e analgésicos para aliviar os sintomas. Se as dores articulares permanecerem por muito tempo e forem dolorosas demais, uma opção terapêutica é o uso de corticoides.
Medidas
Após o anúncio dos casos confirmados no Amapá, o Ministério da Saúde afirmou que prepara uma série de medidas de conscientização para evitar a disseminação da doença e adiantou a expansão do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), aumentanto de 1,8 mil municípios para 2 mil cidades o mapeamento da presença do mosquito transmissor da dengue e chikungunya.
Chikungunya
O vírus chikungunya foi identificado pela primeira vez entre 1952 e 1953, durante uma epidemia na Tanzânia. Mas casos parecidos com essa infecção – com febres e dores nas articulações – haviam sido relatados em 1770. O agente transmissor é o mosquito aedes aegypti, mesmo causador da dengue, e aedes albopictus. O nome chikungunya quer dizer, "andar encurvado", por causa dos sintomas da doença.
G1