Não é de hoje que as reclamações contra os serviços prestados pela CAB Cuiabá, empresa responsável pela distribuição de água na Capital e pelo sistema de esgotamento sanitário, se intensificam. Segundo dados do setor de vigilância sanitária do Procon de Cuiabá, do primeiro semestre de 2013 ao de 2014 o número de queixas subiu 50,27%, tanto em bairros nobres quanto nos mais carentes.
Ainda de acordo com o Procon, de janeiro a agosto de 2013 o número de reclamações na empresa chegou a 1.291. No mesmo período deste ano, as queixas subiram para 1.940. Resultados consideráveis que materializam a má distribuição de água em Cuiabá.
Estes dados se refletem na vida de diversos moradores da cidade, como é o caso de Bruna Lacerda, de 29 anos. Funcionária pública e grávida de cinco meses, ela disse que já teve muitas dores de cabeça por conta da má distribuição de água.
Desde abril deste ano, ela mora com o noivo no bairro Santa Cruz II e revela que já teve problemas três vezes, sendo que a última ficou quase uma semana sem tomar banho em casa. “Em todas as vezes eu liguei pra CAB e sempre foi a mesma desculpa, de que já havia sido solicitada uma equipe técnica para avaliar a situação, mas eles nunca definiram prazos. É complicado”.
Ela ainda revelou que, além de ficar sem água nas torneiras, ficou sem o serviço do caminhão-pipa, pois a caixa d’água central do sobrado onde mora fica em cima do telhado, o que impossibilitava o funcionário da CAB de alcançar o local. “Daí, quando eles vêm pra cá, o servidor disse que precisa de ajuda para depositar a água e não tenho como fazer isso. O jeito é se virar como dá, tomar banho na casa do meu irmão que fica próximo daqui ou ir à casa de outros familiares”, revelou.
Já a publicitária Luciana Souza, de 34 anos, contou que por conta de um problema interno da distribuição de água recebeu três contas de R$ 400, sendo que uma delas não conseguiu cancelar com a empresa.
“Parece que foi erro de leitura e eles chutaram o valor. Eu trabalho o dia todo e não tenho tempo de ir à CAB, enfrentar fila, tirar foto, fazer documento, além de enfrentar um atendimento péssimo pra resolver algo que eu não tenho culpa. Depois disso tudo, vou processar a CAB”.