Duas amigas de Cascavel, no oeste do Paraná, criaram uma página em uma rede social na internet para encontrar um doador de medula óssea para uma jovem de 24 anos, que há pouco mais de cinco meses descobriu que tem leucemia. Poliana Deves foi diagnosticada no dia 24 de abril e após receber a notícia de que precisaria fazer um transplante as amigas do tempo de colégio se mobilizaram para ajuda-lá. De acordo com Aline Prestes, a ação tomou proporções que elas não esperavam. Hoje são mais de nove mil membros e o número de cadastros no Hemocentro da cidade dobrou em pouco mais de 10 dias.
Aline e Joana Paula Carneiro conheceram a Poliana e a irmã dela, Keli, no colégio. Mas há muitos anos tinham perdido o contato. Ao saber da doença de Poliana, também pelo Facebook, as amigas decidiram que precisavam fazer alguma coisa. "Nós não éramos íntimas, mas tinhamos uma convivência de colégio. Quando a gente viu o estado da Poliana ficamos assustadas e resolvemos fazer alguma coisa para mostrar para as pessoas que é super simples a doação. Então, tivemos a ideia de criar a página e em poucas horas já tinha mais de mil membros", lembra Aline.
A descoberta da doença veio depois que Poliana se formou na faculdade no curso de enfermagem, no fim de 2013.Eu fazia residência no Hospital Universitário de Cascavel (HU) e comecei a sentir suor à noite. Contei para as amigas médicas que solicitaram um exame de hemograma.Descobri que tinha alteração e fui encaminha para o Hospital do Câncer de Cascavel (Uopeccan).No mesmo dia já estava internada com o diagnóstico de câncer, conta.
Assim que descobri a doença comecei a postar coisas sobre a doença na minha página do Facebook e pessoas que estavam distantes de mim se sensibilizaram e se reaproximaram. Com isso eu reencontrei as amigas do colégio do ensino médio e como sabia que ninguém da minha família era compatível para fazer a doação, elas decidiram criar a página 'Amigos da Poli'. lembra."A ideia era que os nossos amigos do colégio ajudassem, que os amigos mais próximos fossem ao Hemocentro se cadastrar. Mas a gente não esperava que pessoas de outros estados iam ajudar e faz um pouco mais de uma semana que criamos a página", diz Joana.
Aline conta que depois que se reaproximou de Poliana se comoveu ainda mais ao ver quantas pessoas enfretam a doença. "Sensibilizou quando a gente teve contato de novo com ela e vimos que não era não era a única. A Poliana mandava fotos de amigos lá do hospital e gente teve a dimensão de quantas pessoas estão nesse sofrimento. E de alguma forma estamos ajudando".Além do objetivo principal qUe é encontrar um doador, a página também se tornou um remédio para Poliana enfrentar a doença. Me ajuda porque eu passo mais tempo no hospital e é ali que eu consigo encontrar forças, são muitas mensagem de pessoa que eu não conheço e até de outras cidade que estão indo atrás de doadores para mim. Elas me perguntam se eu preciso de alguma coisa e mandam mensagens de apoio, diz.
E o apoio que recebe faz Poliana ter mais certeza que vai se curar e fazer planos.Eu quero viver muito, quero aproveitar muito a minha família. Quero retomar os planos do meu casamento, que estava marcado para julho, e construir a minha família. Poder fazer as coisas sem restrições e sem precisar voltar para o hospital para fazer tratamento, sonha a estudante."É uma questão de tempo para a gente achar um doador para ela. Nós queremos lotar os Hemocentros de todas as cidades porque é uma coisa tão simples a doação, não é bicho de sete cabeças. A gente quer que as pessoas façam uma doação consciente", comenta Joana."A gente queria muito que a página desse certo, mas não esperavamos que fosse tão rápido. Foi recorde histórico para o Hemocentro", conta Aline.
G1