O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos espera receber cerca de 300 mil inscrições para as competições que serão realizadas dentro de dois anos no Rio e Janeiro. Destes, 70 mil devem prestar serviços voluntários durante os jogos no Rio e nas subsedes de futebol em São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.
Segundo o diretor de Recursos Humanos do comitê, Henrique Gonzales, 45 mil voluntários trabalharão nas Olimpíadas e 25 mil nas Paralimpíadas. “Esperamos receber pessoas do Brasil inteiro, mas a maioria será do Rio de Janeiro, por questões de viagem e de acomodação. O voluntário terá transporte gratuito na cidade, mas quem vier de fora terá que arcar com essa despesa”, disse ele.
Gonzales lembrou que, no primeiro dia das inscrições para as Olimpíadas de Londres, foram feitos 40 mil cadastros e acredita que o Rio chegará "perto desse número”. Ele estima que entre 3% e 5% dos inscritos serão estrangeiros.
A gerente do Programa de Voluntários dos Jogos Rio 2016 do Comitê, Flávia Fontes, informou que os 200 primeiros inscritos são de nacionalidade russa. “Os russos acabaram de passar pela emoção olímpica. Então, estavam esperando e, quando deu meia-noite no Rio de Janeiro, estavam todos a postos para se inscrever. Isso mostra que muita gente de fora quer aproveitar a oportunidade para vir ao Rio.”
As inscrições vão até 15 de novembro e podem ser feitas pelo site do programa. Dúvidas podem ser tiradas também pelo telefone (21) 3004-2016. Foram criados no Rio pontos de inscrição como os da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio (Faetecs), Naves do Conhecimento e os de unidades da Universidade Estácio, além de casas digitais.
O pré-requisito para ser voluntário é ter mais de 18 anos até 28 de fevereiro de 2016 e disponibilidade para trabalhar pelo menos dez dias durante o período dos jogos. Após a primeira fase, que é online, depois do carnaval será feita a entrevista presencial nas principais capitais do país. Os voluntários selecionados terão treinamento a partir de 2016. Gonzales ressaltou que a grande maioria dos cargos pode ser ocupada por pessoas com deficiência. São nove áreas de atuação: esportes, apoio operacional, atendimento ao público, imprensa e comunicação, protocolo e idiomas, serviços de saúde, produção de cerimônias, tecnologia e transportes.
O atleta paralímpico Clodoaldo Silva lembrou de várias histórias de voluntários que o ajudaram e contribuíram para seu sucesso nas competições. "Acho que sou o cara que mais ama voluntários, tanto que casei com uma nos Jogos Pan-americanos", disse o nadador, arrancando risadas da plateia.
Para ele, o voluntariado é uma oportunidade de conviver com as diferenças e derrubar preconceitos. "Tenho certeza de que o maior legado são os próprios voluntários, pois eles terão uma sensibilidade maior, poderão estar sem preconceitos, principalmente nos Jogos Paralímpicos. Depois que acabarem os jogos, eles vão passar isso para seus filhos, parentes e para a sociedade.”
Agência Brasil