O conselheiro José Carlos Ferreira conta que a tia, cansada de ver a menina sendo vítima de maus-tratos, levou a criança de Atalaia, onde vivia com a mãe e o padrasto, para Jacaré dos Homens, em uma tentativa de resgatá-la. "Quando chegamos lá vimos que a menina estava com o olho machucado e ela relatou também que tinham cortado o cabelo dela. Perguntamos quem tinha feito isso e ela respondeu que foi padrasto", relata o conselheiro.
Ainda segundo o conselheiro, a mãe da criança foi dias depois para a Jacaré dos Homens e contou que já havia retirado do corpo da menina algumas agulhas que estavam sob a pele. Questionada pelo conselheiro quem tinha feito isso, a mulher se isentou. "Ela disse que só moravam os três e que não tinha sido ela e só poderia ter sido o marido, padrasto da menina", ressalta.
Após o relato, o Conselho Tutelar pediu um exame de corpo de delito ao Instituto Médico Legal (IML) e um raio-x do abdômen da criança, em uma clínica de Arapiraca. O resultado saiu na segunda-feira (25) e foi constatado que agulhas estavam no corpo da criança. "Havia três agulhas no corpo da criança e junto com a Secretaria de Saúde solicitamos uma consulta urgente", explica Ferreira.
A criança passou pela Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca na terça-feira (26), mas o médico que atendeu a garota disse que não havia necessidade, por enquanto, de cirurgia. "Disseram para gente que não era necessário retirar as agulhas e que a criança poderia ficar anos sem sentir nada ou ter uma complicação em meia hora", relata o conselheiro.
Por conta da informação passada pelo médico, o Conselho Tutelar disse que irá buscar uma outra opinião. "A menina chora muito de dor e isso não deve ser normal, por isso vamos procurar uma segunda opinião médica", diz José Carlos Ferreira.
A reportagem do G1 entrou em contato com a delegacia de Atalaia que está a frente do caso, já que a menina foi vítima de maus-tratos no município. Entretanto, o delegado Dalmo Lima não estava na delegacia e os agentes não tinham informação sobre o caso até a publicação desta reportagem.
G1