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No Recife, ônibus é incendiado em protesto no Terminal da Macaxeira

 
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), informou que o trânsito está interrompido na BR-101 no no sentido Recife – Paulista, na altura do quilômetro 60, por causa do protesto de rodoviários no terminal da Macaxeira. Há retenção na BR-101 de Igarrasasu para o Recife, gerando congestionamento a partir de Abreu e Lima.
 
O sistema de transportes conta com 18 terminais integrados na Região Metropolitana do Recife, funcionando com uma frota 3 mil ônibus divididos em 394 linhas. Por dia, são atendidos uma média de 2 milhões de passageiros.Na última quinta (21), o reajuste de 10% concedido em 30 de julho pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6) aos motoristas, cobradores e fiscais de ônibus do Grande Recife foi provisoriamente suspenso pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Barros Levenhagen.
 
O Sindicato dos Rodoviários informou que não houve assembleia para decidir pela greve. A direção deve se reunir para avaliar a situação, mas inicialmente a assembleia da categoria estava prevista apenas para o dia 3 de setembro – podendo ser antecipada nessa situação.Em Olinda, logo pela manhã, havia ônibus no Terminal Integrado do Xambá, mas eles não entravam nem saiam do local. Um portão chegou a ser derrubado para garantir a não-circulação dos coletivos e houve protesto, com fogo sendo ateado a pneus para impedir a passagem  na rua. Passageiros revoltados fecharam por alguns minutos a Avenida Presidente Kennedy, que foi liberada por volta das 7h20. Por dia, passam cerca de 50 mil passageiros pelo terminal.
 
No bairro do Derby, região central do Recife, onde a população geralmente consegue logo ônibus, a situação não estava muito diferente. Na frente da empresa de ônibus Caxangá, a equipe do Bom Dia Pernambuco flagrou motoristas e cobradores parados, sem entrar na empresa. Alguns saíram em um ônibus como forma de protesto.
 
Decisão do dissídio
A decisão monocrática sobre o dissídio coletivo dos trabalhadores aconteceu na quarta-feira (20) e acata o recurso ordinário do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE). A medida fica valendo até o julgamento do processo pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, ainda sem data marcada.Em sua decisão, o ministro do TST entende que o reajuste concedido foi fora dos limites do poder normativo da Justiça do Trabalho. Dessa forma, ficam suspensos o reajuste salarial e do piso da categoria de 10% e mantido o de 6%. Com isso, o salário de motorista passa a ser de R$ 1.700,30; o de fiscal, R$ 1.100,17; e o de cobrador, R$ 782,28. Com a decisão conseguida no TRT no dia 30 de julho, após uma greve de três dias, os salários dos trabalhadores seriam de R$ 1.765,5, R$ 1.140,70, e R$ 811,80, respectivamente.
 
A suspensão também afeta o auxílio-funeral, diária para viagens e o tíquete-alimentação dos trabalhadores, que havia sido corrigido em 75%, atingindo o valor de R$ 300. Com o reajuste de 6%, o tíquete fica em R$ 181,26.  Na ocasião do julgamento do TRT, os desembargadores entenderam que o valor não permite uma alimentação adequada no Grande Recife.A advogada do Sindicato dos Rodoviários, Maria Rita Albuquerque, afirmou que a medida já era esperada pela categoria, devido ao recurso impetrado pela Urbana-PE.
 
Os trabalhadores ainda não haviam recebido nenhum salário com aumento. Quando houve a decisão do TRT, a folha do mês já havia sido concluída.No dia 20 de agosto, os trabalhadores recebem um adiantamento do salário, que é pago no dia 5. Nesse primeiro pagamento, os empresários afirmaram que o aumento seria dado no pagamento efetivo do salário, dia 5; isso porque estavam ganhando tempo para a decisão [do TST], destacou Maria Rita Albuquerque. 
 
Em nota, a Urbana-PE informou que entrou com recurso "por motivo de absoluta incapacidade financeira  e visando salvaguardar a solvência financeira do sistema". O  sindicato diz ainda que o sistema é custeado unicamente pela tarifa, "a segunda menor do País e que há mais de 2 anos não é reajustada". A Urbana ainda cita que "outras fontes de recurso devem ser adotadas para manutenção do serviço, para prover melhorias e garantir uma tarifa socialmente justa aos usuários".
 
G1

Redação

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