Após sair do local, uma amiga do casal expôs o caso no Facebook. Logo depois, na página do bar na rede social, foi publicado um texto afirmando que o local "foi, é e sempre será um bar para quem gosta de cerveja, comida pesada e futebol. Não queremos saber de homem com homem, mulher com mulher e outras coisas do gênero. Aqui não vira".Após diversos comentários reprovando a atitude, a página saiu do ar. Depois, o responsável voltou atrás e publicou um outro depoimento, dessa vez pedindo desculpas e lamentando o ocorrido. "Lamentamos tudo o que aconteceu e nunca tivemos a intenção de ofender ninguém".
Sobre o pedido de desculpas, o estudante foi claro.Não aceitamos o pedido. Isso que eles falaram não vai apagar toda a humilhação que nós passamos aquele dia. Fomos ignorados por sermos gays. Porém, na hora de pagar, eles não recusaram nosso dinheiro, diz.O G1 entrou em contato, via telefone, com um dos proprietários do bar na tarde desta quarta-feira (20), porém, ele afirmou que não irá se pronunciar sobre o caso.
A advogada que representa o casal, Rosangela da Silveira Toledo Novaes, afirma que pretende levar o caso adiante.Entramos com uma ação, no âmbito administrativo, sob a lei 10948/2011, que dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual e dá outras providências. Essa é a única via que realmente pune atitudes homofóbicas. A punição vai desde advertência até cassação do alvará de funcionamento, afirma Rosangela.Segundo ela, as postagens na rede social servirão como prova. O casal também registrou um boletim de ocorrência por injúria no 7º Distrito Policial (DP) de Santos. Segundo a advogada, o indiciado será a pessoa que praticou a atitude. Portanto, o garçom responderá criminalmente.
Para Rosangela, que também é secretária da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a legislação nacional precisa ser revista.Caso se respeitasse a Constituição, não precisaríamos de leis específicas. Creio que a melhor solução seja como no caso do racismo, criando uma punição mais severa para esse tipo preconceito, finaliza.
G1