O Portão 1 foi fechado ainda de madrugada. Por volta das 6h50, os manifestantes fizeram barricadas com lixo pegando fogo na Rua Alvarenga, que dá acesso ao principal portão da universidade.A Força Tática da PM foi acionada e começou um confronto com os manifestantes. Os policiais atiraram bombas de gás, enquanto os participantes do protesto revidaram com pedaços de pau e pedras.
Os grevistas fugiram pela Rua Alvarenga e caminharam até a Avenida Vital Brasil. A polícia usou bombas de gás lacrimogênio para dispersar a manifestação. Passageiros de ônibus que estavam parados no trânsito tiveram de deixar os coletivos em razão do gás e seguir o caminho a pé.Os manifestantes caminharam pela Avenida Francisco Morato e até as imediações da Estação Butantã do Metrô, onde o protesto acabou, segundo a PM.Segundo a polícia, ninguém ficou ferido. O protesto, porém, afetou o trânsito. A Zona Oeste de São Paulo concentrava 40%, ou 40 km, dos 101 km de congestionamento da cidade às 8h.
Sindicato
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), Magno de Carvalho, disse que quatro pessoas ficaram feridas, sendo que um funcionário recebeu estilhaços de bomba de gás lacrimogêneo no rosto.Teve muita polícia, muitas viaturas. Impossível resistir.Mesmo quando o grupo foi para a Vital Brasil, eles continuaram jogando bombas. Na Vital, até a população que não tinha nada a ver teve que se proteger, contou.Magno disse ainda que os grevistas devem voltar a se reunir às 10h para decidir os novos rumos do movimento.Essa repressão vai acirrar ainda mais os ânimos. Os manifestantes protestam contara um protesto de sucateamento da universidade.
Protestos
Desde o dia 4 de agosto, funcionários protestam contra o desconto dos dias parados. Cerca de 300 grevistas fecharam a entrada da reitoria e bloquearam também: o Centro de Práticas Esportivas, ao Departamento de Tecnologia e Informação, à Administração Central e à Prefeitura do Campus. Os restaurantes centrais e as três creches também foram fechados. No dia 5 de agosto, manifestantes acamparam no campus.
A greve de docentes e funcionários começou em 27 de maio e já é a mais longa dos últimos dez anos. As três categorias da USP reivindicam a derrubada do congelamento de salários proposto pelos reitores da USP, da Unesp e da Unicamp, que negociam com os sindicatos por meio do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Em 3 de setembro, está prevista uma reunião para mais uma rodada de negociações entre as representantes das universidades e os sindicatos dos trabalhadores.
Nesta segunda-feira, algumas unidades da USP voltaram às aulas, mas outras permaneceram em greve. Foi o caso da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde os professores realizaram debates com os estudantes dos cursos para apresentar os motivos da greve e um calendário de aulas públicas e debates durante a semana.
G1