Doença devastadora
A alopecia areata afeta cerca de duas em cada mil pessoas no Reino Unido e, segundo os médicos, é uma doença autoimune em que o próprio sistema imunológico do paciente ataca os folículos capilares.O ponto de partida do estudo começou quando os cientistas americanos identificaram um conjunto de células do sistema imunológico envolvidas na destruição do cabelo e realizaram uma série de testes bem-sucedidos em ratos de laboratórios.
Eles então ministraram duas doses diárias de ruxolitinib a três pacientes que apresentavam níveis de alopecia areata de moderado a grave.O uso do medicamento já foi aprovado para tratar doenças ligadas à medula óssea nos Estados Unidos e na União Europeia.Todos os três pacientes, que já haviam perdido pelo menos um terço de todo o seu cabelo, viram um crescimento expressivo dos fios durante os cinco meses de terapia.Segundo o cientista responsável pela pesquisa, Raphael Clynes, "acabamos de começar a testar o medicamento em pacientes, mas se o resultado continuar a ser positivo, terá um impacto positivo e substancial na vida de pessoas com essa doença".
David Bickers, dermatologista da Universidade de Columbia que já tratou centenas de pacientes com calvície, afirmou: "Há poucas opções para o tratamento da alopecia areata que realmente são eficazes"."A descoberta é um grande passo a frente em melhorar o padrão de tratamento para pacientes sofrendo dessa doença devastadora".Pesquisadores afirmam, no entanto, que mais estudos são necessários para ver se o medicamento pode ser oferecido mais amplamente.
A alopecia areata pode ocorrer em qualquer idade, mas acomete normalmente adolescentes e jovens adultos.A doença não está ligada à calvície comum, cujo aparecimento é resultado dos hormônios.Cientistas dizem que, como os mecanismos por trás do problema são diferentes, é pouco provável que o tratamento tenha resultados parecidos em pacientes portadores da alopecia tradicional.
G1