Na chegada à delegacia, onde presta depoimento na manhã desta sexta-feira, o lutador negou que tenha espancado o filho até a morte, mas confirmou que, em alguns momentos, usava da violência para educar. "A violência tem um caráter pedagógico, e algumas vezes eu tive que usar desse recurso para educar, mas sempre soube o limite, porque eu sabia que era muito mais forte que ele", disse.
O lutador tinha mandado de prisão expedido desde 28 de julho e estava foragido no Paraguai.Segundo a Polícia Civil, a família do rapaz ajudou na negociação para que o jovem se entregasse, e uma exigência foi que a Polícia de Vinhedo o buscasse no Sul. "Ele ligava para a mãe, a mãe passava o telefone dele para a gente e nós fomos negociando com ele para que ele se entregasse", afirmou o chefe da investigação, José Carlos de Moraes.A mãe de Yago, Cristiana Costa, foi até a delegacia, mas foi embora antes de Tiago chegar. "Eu queria olhar pela última vez na cara do homem que me enganou e que matou meu filho, mas decidi ir embora", contou.
Usuário de droga
Segundo Cristiana, Tiago estava sob efeito de drogas quando agrediu o filho. O garoto morreu Hospital de Clínicas da Unicamp, após ficar internado durante uma semana com traumatismo craniano e perfuração de órgãos vitais, segundo relatos de familiares à polícia. No primeiro atendimento médico, em Vinhedo, os profissionais de saúde desconfiaram da versão dos pais de que a criança havia caído de um brinquedo e acionaram o Conselho Tutelar.
Cristiana tem 22 anos e morava com o pai da criança desde janeiro de 2014. Depois da morte do menino, ela passou a morar com a mãe, também em Vinhedo. Ela disse à polícia que viu o pai bater nele poucas vezes e relatou que sempre tentava evitar as agressões. Segundo ela, as agressões ocorriam principalmente porque o pai irritava com o choro do menino. A jovem disse ainda que espera que o lutador "pague por cada dor" sofrida pelo filho dela. Sobre eventual omissão da parte dela, ele justificou à polícia que recebia ameaças de Tiago.
G1