Cidades

A 3 meses do Enem, alunos devem se avaliar e equilibrar estudo e diversão

 
Um pouco de tudo
 
Para o professor de biologia e dono de cursinho no Recife Fernando Beltrão, a adoção do Enem como processo seletivo nas universidades federais brasileiras trouxe uma mudança de mentalidade. Antes, estudantes que desejavam ingressar em uma faculdade de medicina, por exemplo, focavam em disciplinas como biologia e química, porque essas matérias fariam a grande diferença em uma prova de segunda fase ou em uma avaliação baseada em pesos. Agora, o conhecimento precisa ser universal, para ser aplicado em uma prova que mistura assuntos e exige uma interpretação mais ampla do aluno.
 
"O que vale é muito mais saber um pouco de tudo, do que saber muito de uma coisa só. Um assunto específico é sim muito importante para o pós-vestibular. Para se sair bem na faculdade de medicina, tem que saber muito bem a biologia; para se sair bem em engenharia, precisa da matemática. Mas na prova do Enem, tem que ter a dedicação igual. É muito perigoso, neste momento, procurar o cursinho de uma matéria só e achar que vai resolver os problemas", destacou o professor.
 
Na correção da prova do Enem, também é levada em consideração a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que estabelece pesos diferentes para cada questão. Qual a capital da França? Em que cidade está o Museu do Louvre? Em que cidade está o quadro da Monalisa? A resposta das três questões é Paris, mas o número de pontos depende de como o candidato vai acertar. "Por exemplo, pelo nível de dificuldade, a primeira questão vale 1 ponto, a segunda, 10 e a terceira, 50. Se um aluno erra as duas primeiras e acerta a terceira, ele vai ganhar apenas 1 ponto, porque a correção do Enem vai ver que ele não conseguiu acertar as duas primeiras perguntas, mais básicas", exemplicou Fernando Beltrão
 
Hora de avaliação
 
Se o objetivo é obter conhecimento equivalente em todas as disciplinas, o estudante precisa saber onde ele está se saindo mal. Só através dessa avaliação é possível estabelecer um plano de estudos eficaz para o tempo que falta até a prova. "O aluno precisa pegar uma avaliação, fazer qualquer prova, simulado, e perceber onde é que eles está se saindo pior. Ele precisa ir em cima disso, para dedicar mais tempo a essa habilidade em que ele não está bem", destacou o professor de biologia.
 
Para a professora de redação e também dona de cursinho Fernanda Bérgamo, o aluno agora tem que pensar mais na evolução do que na intensidade dos estudos. "No caso dos textos, não adianta entregar para avaliação vários [textos] de uma vez só. É melhor entregar uma quantidade menor, mas aprendendo para não cometer os erros que já foram apontados", contou. Para alunos que vêm mantendo uma rotina de redação, a dica é produzir um por semana. Já os que não se dedicaram no começo do ano podem entregar até, no máximo, duas produções semanais.
 
Tempo para recarregar
 
Para a professora de redação, os alunos que desde fevereiro possuem uma rotina dedicada de estudos devem tirar 10 dias de folga por ano, no mês de julho. Agora, já em agosto, a ideia é diluir essas folgas durante a semana, para não perder muito assunto dado pelos professores em sala de aula. "É preciso ter um tempo para si, fazer coisas de que gosta mais, relaxar, para recarregar as energias. O estudante pode parar nos fins de semana, uma vez na semana, para relaxar um pouco. Ao invés de fazer a redação, por exemplo, leia sobre o assunto, se informe", indicou Bérgamo.
 
Outra indicação é ir a passeios culturais, como cinema, exposições, teatro. Além da diversão, esses programas possibilitam ao estudante se aprofundar em determinados temas e se informar. "Ao ver um filme, você desperta para algumas temáticas, o que pode ser usado como argumentação na redação e também facilita o entendimento dos enunciados da prova do Enem", disse a professora. Para quem está apaixonado, a instrução é também manter o namoro, que, sendo saudável, pode até ajudar na preparação.
 
Foco na escolha
 
“É como fazer uma carta de amor sem estar apaixonado". Assim o professor Fernando Beltrão exemplifica a situação de um aluno que não sabe o curso que quer realizar. Apesar de o Sistema Sistema de Seleção Unificada (Sisu) possibilitar a escolha do curso após o resultado da prova do Enem, é importante o aluno ter em mente qual é o objetivo de vida. "O estudante que não sabe o que quer pode até estar estudando, mas, sem foco, não evolui tanto", falou o professor.
 
Se um aluno está em dúvida se quer o curso A ou B, a sugestão é focar naquele mais concorrido, para não sofrer mais na frente.  "Mas o mais importante é escolher o que gosta. Você tem que se imaginar daqui a 10 anos, quando não terá muito dinheiro ainda. Quando você acordar cedo, pegar o ônibus, para onde vai querer ir? Um hospital? Uma agência de publicidade? Um escritório? Tem que ter em mente o objetivo; se unir a facilidade de aprendizado com a felicidade, melhor ainda", completou Bérgamo.
 
G1

Redação

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