Na ocasião, Vinícius e outros três PMs afirmaram que, enquanto faziam patrulhamento, de viatura, por volta de 0h30m, se depararam com três indivíduos armados na esquina das ruas Álvares de Azevedo e Lino Teixeira.
Depois de revidarem aos disparos, eles contaram ter visto os três corpos. Bruno de Aquino Marques, Ana Lucia de Jesus Montenegro Silva e Alessandro de Oliveira chegaram a ser levados para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, onde já chegaram mortos.
Seis anos depois, a investigação não foi concluída, e a delegacia não conseguiu ouvir testemunhas do crime ou parentes das vítimas. Na semana passada, o Ministério Público enviou o inquérito à Polícia Civil para que sejam realizadas “novas diligências, a fim de que sejam encontrados familiares”.
Apreensões
Os PMs, lotados no Batalhão de Choque na época, apresentaram quatro armas , maconha, crack e cocaína, que teriam sido apreendidos com as vítimas.
Família
Mãe de Alessandro, a dona de casa Maria da Conceição de Oliveira reclama de nunca ter sido chamada na delegacia: “Os policiais são covardes, não tinham que ter matado meu filho. Mas, depois que fizeram, tinham que ter sido investigados e punidos."
Casal
Alessandro era companheiro de Ana Lúcia há pelo menos dez anos. Eles se conheceram quando viviam na rua e catavam latas. Foram viver em um barraco embaixo do viaduto do Túnel Noel Rosa e tiveram quatro filhos.
Morte
Segundo uma amiga da família de Ana, a moça teria ido encontrar o marido quando eles foram mortos: “A filha dela disse para ela não sair que era perigoso. Estava adivinhando”, lembra a dona de casa.
Laudo
Os três morreram por conta dos disparos: Ana Lúcia no abdômen, Alessandro no glúteo e no abdômen e Bruno na coxa e no abdômen. Segundo o laudo cadavérico, a entrada e a saído dos tiros indicam que eles estavam em local mais alto que os PMs.
Antecedentes
Ana Lúcia não tinha passagens pela polícia. Alessandro tem três registros por porte de drogas e dois por receptação. Bruno ficou preso, entre 2005 e 2007, por tráfico.
Resposta
Sobre a viatura que levou os PMs ao Sumaré — flagrada pelo EXTRA descaracterizada no pátio da Divisão de Homicídios — a PM afirmou que a ida do carro para manutenção "foi rotineira, dentro do processo atual de substituição (prevista em contrato) dos veículos".
Promotora
A promotora Carmen Eliza Bastos pediu nova perícia na viatura. "O carro foi devolvido com as peças fora do lugar. Por isso, vamos ter duas perícias diferentes, o que vai prejudicar a investigação. Será que não atentaram para o fato de que o carro era uma prova?", questionou.
Extra