Ismail Haniyeh, chefe do Hamas em Gaza, disse que o grupo manterá sua posição, e que antes de parar com os bombardeios a Israel, quer garantias de que o país judeu e o Egito abrandem significativamente o bloqueio de sete anos à fronteira com Gaza.
O confronto entre o Hamas e Israel dura 14 dias e já deixou 500 palestinos e 27 israelenses mortos.
Haniyeh disse em um discurso na TV que o objetivo da batalha é acabar com o bloqueio ao território palestino, imposto por Israel e pelo Egito após o Hamas ter vencido uma eleição e tomado o poder em Gaza em 2007. No último ano, o Egito aumentou as restrições, levando o Hamas a uma grave crise financeira.
O líder palestino disse que todos os 1,7 milhão de moradores de Gaza compartilham suas demandas. "Gaza decidiu acabar com o bloqueio com seu sangue e sua coragem. Esse cerco, esse injusto cerco, deve acabar", disse ele, segundo informou a agência Associated Press.
A ONU divulgou nesta segunda que, desde o início da ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, mais de 100 mil palestinos foram obrigados a deixar suas casas e buscam refúgio com a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA).
"Este é um momento decisivo para a ONU, porque o número de pessoas que buscam refúgio junto a nossos estabelecimentos é mais do que o dobro do número de deslocados durante o conflito em 2009", indicou o porta-voz da agência, Christopher Gunnes, que anunciou a abertura de mais 69 abrigos no enclave palestino.
Soldados mortos
Israel confirmou nesta segunda a morte de sete soldados durante combates com militantes do Hamas. Nas duas semanas da ofensiva israelense em Gaza, o número de soldados mortos é de 25 – segundo o jornal 'The New York Times', dois deles eram americanos.
O exército não deu mais detalhes sobre as mortes. Segundo a mídia local, na manhã desta segunda palestinos passaram pela fronteira entre Israel e Gaza por um túnel escondido e houve confronto com vítimas.
Ataque a hospital
Também nesta segunda, um ataque israelense contra um hospital do centro da Faixa de Gaza deixou pelo menos quatro mortos, segundo o Ministério da Saúde local. Outras 16 pessoas ficaram feridas. Segundo um porta-voz do ministério, o ataque atingiu o terceiro andar do hospital Al-Aqsa, em Deir el-Balah. O andar abrigava uma unidade de tratamento intensivo.
Outras bombas atingiram o lado de fora do hospital. A Cruz Vermelha foi chamada para ajudar a retirar os pacientes.
O Exército israelense não comentou o caso. No passado, as Forças Armadas de Israel acusaram os militantes do Hamas de dispararem foguetes dos terrenos de hospitais de Gaza e de utilizarem as instalações como refúgio.
ONU e EUA
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu no domingo "o fim imediato das hostilidades". O Conselho de Direitos Humanos ONU disse que realizará uma sessão de emergência na quarta-feira (23) sobre a ofensiva de Israel em Gaza, a pedido do Egito, Paquistão e dos palestinos.
A Casa Branca reiterou nesta segunda que Israel tem o direito de autodefesa, mas que deve fazer todo o possível para proteger civis.
O presidente do Conselho, o gabonês Baudelaire Ndong Ella, recebeu na sexta-feira (18) uma carta assinada pelo representante permanente do Egito, em nome do grupo árabe, de seu colega paquistanês, em nome da Organização para a Cooperação Islâmica, e do observador permanente do Estado da Palestina, pedindo a convocação de uma sessão especial. Para convocar esse tipo de reunião é necessário o apoio de pelo menos um terço dos membros do Conselho, ou seja, 16 países.
Turquia decreta luto
A Turquia declarou nesta segunda três dias de luto em homenagem às vítimas palestinas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, chamando de 'massacre' a operação militar.
"Nós condenamos o massacre do povo palestino por parte de Israel", declarou à imprensa em Ancara o vice-primeiro-ministro turco, Bulent Arinc. "Em um gesto de solidariedade com o povo palestino, três dias de luto foram declarados a partir de amanhã" (terça-feira), indicou.
G1