Opinião

Sem dizer adeus

 
Tudo numa redoma de onde só ouço o pulsar, não do mundo, mas do imenso palco do FIFA Fan Fest que, lá à frente da Avenida Princesa Isabel, se estende em direção ao Copacabana Palace. Ali, sim, num ruído ensurdecedor que deve estar desesperando os moradores de um dos mais valorizados IPTUs da Cidade Maravilhosa.
 
Aqui só chega o som grave das batidas produzidas  pelas superpotentes caixas de som. Isso não atrapalha o som da Ponta: o das ondas – hoje calmas – que se espraiam pela areia.
 
No entorno da praia até vazia do feriado (hoje é dia de jogo no Maracanã) uma babel de línguas pode ser captada. “Brasil é Brasil, com todos os problemas nosso país é “phoda” afirma olhando o horizonte que se esparrama após  os mais lindos tons do azul ao verde esmeralda, cada vez mais profundo, do marzão oceano Atlântico que delimita o orgulho explícito no  comentário do banhista brazuca para os amigos, entra uma prancha de surf e uma deschavada.
 
O assunto descamba para o de sempre: o mar e suas condições nos últimos dias. Calmo e com temperatura cálida, num típico dia de veranico de inverno (?!). Como para mim, para eles a descontraída marítima tem um prazo: o da a próxima partida de futebol.
 
A vida tem sido assim, entre um horário de jogo da Copa do Mundo e outro. Sem falhas até começarem a acontecer as partidas simultâneas. Onipresença não rola…
 
Até às 13 horas praia, compras e compromissos. Depois, as tarefas entre jogos, com direito a produção fotográfica, edição e publicação nas redes sociais.
 
O ponto de vista é o daqui: lateral esquerda de Copacabana, o epicentro esportivo cultural da Copa do Mundo da Fifa de Futebol 2014, Rio de Janeiro, Brasil.
 
Em raids diários – ou não – surgem as imagens fotográficas do #justnow atualizadas no relato publicado no #copa2014bacana junto com algumas peculiaridades recolhidas nas notícias que estão rodando o mundo sobre o evento.
 
Não esperem dessas fotos grandes lances. Estes estão acontecendo diante das lentes de milhares de câmeras e equipes do mundo inteiro, principalmente nos campos dos milionários estádios da Copa.
 
#justnow é um ensaio do pequeno, quase sempre do não pousado e nada produzido que passa diante dos olhos maravilhados de qualquer um que circule pela orla da Princesinha do Mar, seja turista ou morador.
 
São fotos para serem analisadas, não apenas apreciadas esteticamente, por seu conteúdo procurar relatar um contexto que se movimenta e interage com uma velocidade inconstante. Um desafio onde exercito a máxima do “vacilou, perdeu!”
 
A imagem vista e não clicada é irrecuperável como a vida e os momentos que  estamos testemunhando. Sejam de euforia ou de protesto.
 
É, porque apesar de insuficientemente divulgados, eles, os protestos, estão acontecendo. O caldeirão está fervendo…
 
Na manifestação que um dia desses cruzou a orla de Copacabana da UPP do Leme até a do Pavão/Pavãozinho, no outro lado da praia, no Posto Seis, um fotógrafo resumiu a ordem dos fatores que, no momento, ainda altera o produto.
 
“Os coleguinhas brasileiros deveriam abrir espaço para os estrangeiros. Eles podem mostrar ao mundo o que está acontecendo por aqui. Nossas imagens param nas redações.”
 
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Essa crônica faz parte da série “Ponta do Leme”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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