Entidades representativas das indústrias do biodiesel defenderam o biocombustível como uma das soluções viáveis para o “Compromisso de Belém pelos Combustíveis Fósseis”. O pacto, conhecido também como Belém 4X, foi assinado por mais de 20 países e prevê quadruplicar o uso de ‘combustíveis sustentáveis’ até 2035. “Durante a COP 30 está claro que o nosso País é referência a ser seguida na utilização das mais variadas rotas de biocombustíveis. Neste cenário, as associações reforçam a solução real que o biodiesel representa e o compromisso de continuar a investir e ampliar essa oferta”, afirmam a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) no “Manifesto pelo Biodiesel COP 30” assinado conjuntamente.
No manifesto, as associações lembram que a produção de biodiesel no Brasil completou 20 anos e que apoiam os compromissos brasileiros de transição energética e as metas de descarbonização do País. Ao todo, há 58 usinas distribuídas em 14 Estados que produzem biodiesel no País, com capacidade de 15,6 bilhões de litros ao ano. Este volume seria suficiente para suprir uma mistura de 22% de biodiesel no diesel no País, de acordo com as associações. Hoje, o teor obrigatório de biodiesel ao óleo diesel é de 15%.
As entidades que representam a indústria dizem ainda que mantêm o compromisso com o desenvolvimento e com o investimento no biocombustível para a transição energética no transporte de carga e de passageiros, nos modais rodoviário, ferroviário e naval. “A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) realizada no Brasil carrega em sua pauta o desafio de olhar para as iniciativas reais, que cumprem objetivamente e no curto prazo a missão de reverter o quadro de aquecimento global e eventos extremos que tantos danos têm causado na vida e na economia de todas as sociedades de forma indiscriminada. O biodiesel é uma solução pronta, de qualidade reconhecida, menor custo de transição e maior impacto ao meio ambiente, capaz de descarbonizar o transporte em todos os modais – de caminhões a navios, de ônibus a tratores”, defendem as entidades.
As associações afirmam também que o biodiesel reduz em até 94% as emissões de gases de efeito estufa e que a cada R$ 1 investido em biodiesel gera R$ 4,40 na economia; “Com a mistura atual de 15% de biodiesel (B15), o país reduz em cerca de 674 milhões de litros por ano a dependência de importação de diesel, o que equivale a uma economia na balança de US$ 470 milhões. Já evitamos a emissão de 127 milhões de toneladas de CO2 equivalente, o que vale o mesmo que plantar 930 milhões de árvores”, justificam as entidades.
*A jornalista viaja a convite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).



