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Líder do PT diz à PF que caso do Master deve checar uso de R$ 1 bi em recursos previdenciários

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), apresentou à Superintendência Regional da Polícia Federal do Estado do Rio de Janeiro uma representação com o pedido de ampliação do projeto da investigação que envolve o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, para verificar o uso indevido de recursos previdenciários para atividades ilícitas.

Vorcaro foi preso na noite de segunda-feira, 17, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), por uma operação policial que investiga a emissão de títulos falsos pelo Banco Master. Na representação, Lindbergh quer incluir todas as operações financeiras, decisões de investimento e aportes realizados pelo fundo de Previdência do governo do Rio de Janeiro, o Rioprevidência, ao Master.

A representação de Lindbergh, assinada na terça-feira, 18, cita uma reportagem da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que diz que o Tribunal de Contas do Rio de Janeiro apontou em outubro que o Rioprevidência investiu cerca de R$ 1 bilhão em aplicações do Master quando a instituição financeira já estava em crise.

O deputado reivindica oitiva com o governador Cláudio Castro (PL) e representantes do Rioprevidência e do Master.

“Surgiram elementos adicionais que impõem a necessidade de ampliação do escopo investigativo: o Banco Master recebeu, nos últimos meses, investimentos superiores a R$ 1 bilhão do fundo Rioprevidência, responsável pela gestão das aposentadorias e pensões dos servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro”, diz a peça

A representação prossegue: “O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ) já havia emitido alertas sobre a elevação abrupta da exposição financeira do Rio Previdência ao Banco Master, sem lastro técnico suficiente, sem análise adequada de risco e possivelmente em violação à política de investimentos do fundo.”

De acordo com o documento à PF, “a decisão de alocar recursos vultosos em uma instituição sob investigação, sem justificativas técnicas robustas, pode representar dano ao erário, risco aos beneficiários do sistema previdenciário e possível crime de gestão temerária ou fraudulenta”.

Lindbergh diz ser necessário que a Polícia Federal apure se gestores do Rioprevidência ou do governo do Rio de Janeiro atuaram com negligência deliberada, comissiva ou em conluio com agentes privados. Também diz que a exposição do fundo ao Banco Master pode representar práticas de corrupção administrativa ou favorecimento indevido.

“A manutenção da investigação restrita ao núcleo original impediria a identificação da totalidade das condutas, dificultaria o rastreamento dos fluxos financeiros e deixaria sem apuração a parte mais sensível do possível esquema ilícito: a utilização indevida de recursos de um fundo previdenciário público para alimentar ou ocultar práticas fraudulentas”, diz o líder do PT.

Estadão Conteudo

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