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Moro diz que há ‘percepção’ de que a PF não está fazendo o suficiente contra o crime

Durante uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, nesta terça-feira, 18, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) questionou publicamente o trabalho da Polícia Federal (PF). Segundo ele, há uma ‘percepção’ de que a PF tem falhado no combate ao crime.

“Talvez por esse episódio do Rio de Janeiro, houve uma percepção de que a Polícia Federal não está fazendo o suficiente, ou pelo menos de que a direção da Polícia Federal não está agindo o suficiente no enfrentamento ao crime organizado”, afirmou o senador durante a sessão da Comissão, que analisa operações da corporação contra organizações criminosas.

O parlamentar questionou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, sobre as operações e forças-tarefa da instituição dedicadas a desarticular organizações criminosas no país, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A megaoperação no Rio de Janeiro citada por Moro ocorreu em 28 de outubro, nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense. A ação resultou na morte de 121 pessoas, entre elas faccionados e agentes das forças de segurança do estado.

À época, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que não fazia “sentido” a participação da Polícia Federal na operação conduzida pela polícia do Rio.

“Houve um contato no nível operacional informando que haveria uma grande operação e [questionando] se a Polícia Federal teria alguma possibilidade de atuação na sua área, no seu papel. […] A partir dessa análise geral, entendemos que não era o modo como a Polícia Federal atua, o modo de fazer operações”, explicou Andrei.

O diretor também destacou que, segundo avaliação da superintendência da PF no Rio, a corporação não tinha atribuição legal para participar da megaoperação.

“Naquela operação, que era do estado, havia mais de 100 mandados a serem cumpridos pela polícia do Rio, e nós não teríamos atribuição legal para participar; portanto, não fazia sentido nossa participação”, completou o diretor da PF.

Moro lembrou que a PF criou um grupo específico para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e questionou por que a corporação não havia feito o mesmo em relação ao CV e ao PCC.

Em resposta, Andrei afirmou que “esses grupos [como a Ficco] são permanentes na atuação da Polícia Federal. Respondendo objetivamente: existem, sim. A exemplo do que foi feito com o crime organizado que tentou um golpe de Estado, nós também atuamos contra o crime organizado nas bases da Ficco e nas bases da Gise [Grupos de Investigações Sensíveis]”.

“E agora, cumprindo a ADPF 635 [das favelas], estamos atuando na operação Redentor II, no Rio de Janeiro, em razão dessas organizações”, acrescentou.

O diretor também informou que a PF criou recentemente uma área voltada à análise de dados de facções criminosas, que tem atuado no mapeamento de lideranças e estruturas dessas organizações.

Estadão Conteudo

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