Em uma reunião marcada pelo tom técnico e pela promessa de inovação na gestão de crises ambientais, o coronel do Corpo de Bombeiros Militar Rony Robson Cruz Barros, cumprindo missão dada pelo Comandante-Geral coronel de Bombeiros Militar Flávio Gledson, visitou nesta quarta-feira (13) o juiz de direito Emerson Cajango, titular da Vara Especializada do Meio Ambiente (VEMA) de Cuiabá. O encontro teve como objetivo apresentar o projeto de um laboratório de incêndio, iniciativa que pretende aprimorar a compreensão científica das queimadas que afetam Mato Grosso e outras regiões do país.
O projeto, segundo o coronel Rony, integra um esforço para modernizar os instrumentos de investigação e prevenção de incêndios florestais, combinando tecnologia, simulação avançada e análise de dados. A proposta do laboratório inclui desde modelagem de cenários até estudos sobre comportamento do fogo em diferentes biomas — ferramenta considerada estratégica para enfrentar eventos extremos cada vez mais frequentes.
“A leitura técnica dos incêndios mudou. Hoje, precisamos de dados, precisão e modelos que permitam prever e mitigar riscos. O laboratório vem para suprir essa demanda e auxiliar como instrumento tecnológico para combate eficaz aos incêndios, além de auxiliar nas estratégias a serem tomadas”, afirmou o coronel durante a apresentação. Ele destacou que o equipamento pode auxiliar não apenas o Corpo de Bombeiros, mas também órgãos ambientais, pesquisadores e instâncias do Judiciário envolvidas em processos sobre crimes ambientais.

O juiz Emerson Cajango recebeu o projeto com interesse e ressaltou que a VEMA tem buscado fortalecer ações preventivas e educativas. Segundo ele, compreender cientificamente os incêndios é um passo essencial para decisões judiciais mais embasadas e para o fortalecimento de políticas públicas de proteção ambiental.
“São iniciativas como essa que aproximam tecnologia e gestão ambiental. Quando entendemos as causas, a dinâmica e o impacto real dos incêndios, conseguimos atuar de forma mais eficaz, seja no julgamento de casos, seja no apoio a políticas de preservação”, disse Cajango.
A proposta do laboratório será agora analisada pela Vara, que deve avaliar parcerias institucionais e possibilidades de financiamento. A expectativa é que o equipamento, uma vez implantado, coloque Mato Grosso na vanguarda nacional no estudo de incêndios naturais — um tema sensível em um estado marcado por longos períodos de estiagem e alto índice de queimadas.



