Opinião

O Lula, o Trump e a Segurança Pública.

Não sabemos ainda o resultado objetivo da negociação das tarifas que o Brasil está fazendo
com os Estados Unidos. Há algum otimismo, ainda que contido, das autoridades sobre um
desfecho positivo para o país.

Mas uma coisa já ficou clara: o caos que se anunciava, no começo de agosto, na economia
brasileira com a taxa de 50% para a compra de diversos produtos brasileiros pelos americanos
não se instalou. Os empresários e o governo buscaram outros compradores, conseguindo
vender sua produção exportável. Mesmo que o valor das taxas americanas não seja
totalmente zerado, vimos que é possível, mesmo com algum prejuízo, direcionar nosso
produto para outros compradores, principalmente para a China.

O Trump ficou — por enquanto — como um falastrão que mais ameaça do que age. Tal como
o gigante Adamastor dos Lusíadas de Camões, que foi pródigo em ameaças aos navegadores
portugueses, o Pavão Trump vociferou contra o Brasil e suas autoridades. “Eu farei
d’improviso tal castigo”, rugiu o gigante, “que seja mor o dano que o perigo.” Ou seja,
o prejuízo será maior que a ameaça. Do Trump podemos dizer, invertendo o sentido dos
versos de Camões: Ameaçou de rompante tal castigo, / Mas, foi maior o susto que o
perigo.

De concreto — destacando que o jogo ainda não terminou — ficou a desmoralização do
filho zero três do Bolsonaro, que nos últimos meses dedicou-se integralmente a
convencer os EUA a causar danos ao Brasil e a atacar o mais viável candidato da direita
— Tarcísio de Freitas.

Como o Trump topou um encontro com o Lula, aparecendo sorridente nas fotos e
falando frases amáveis sobre o presidente e o Brasil, estimulou a intenção de votos à
reeleição do petista em 2026.

Envaidecido, “mais faceiro que guri de bombacha nova”, Lula dá como certo o seu
quarto mandato. Ao fim da vida política, teria 85 anos de idade, se parasse por aí.

Entretanto, um fato que surgiu de repente pode estragar a festa da esquerda. O episódio
do Rio de Janeiro contra o crime organizado que terminou com a morte de cento e tantas
pessoas e prisão de outras tantas, põe a população contra o PT que sempre foi tido como
condescendente com os criminosos.

Diversas pesquisas mostram que mais de 90% das pessoas consideradas de direita, cerca
de 70% dos eleitores que não se identificam com nenhum dos lados e mais ou menos
metade dos que se dizem de esquerda aprovaram a decisão do governador fluminense de
confrontar os bandidos que dominam as favelas.

Tudo indica que a campanha eleitoral de 2026 vai insistir principalmente na segurança
pública, o que é ruim para a esquerda. Por enquanto, temos que o Eduardo Bolsonaro e
o Trump ajudaram o Lula e que o avanço da polícia do Rio sobre os criminosos o
atrapalhou.

Já começa a aparecer nas pesquisas o descontentamento do povo diante da posição do
Lula, que classificou como “matança” a ação da polícia que eliminou bandidos,
apreendeu cerca de 100 fuzis, volumosa munição e quilos de entorpecentes.

Renato de Paiva Pereira.

Foto Capa: Reprodução/Divulgação

Renato Paiva

About Author

Você também pode se interessar

Opinião

Dos Pampas ao Chaco

E, assim, retorno  à querência, campeando recuerdos como diz amúsica da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.
Opinião

Um caminho para o sucesso

Os ambientes de trabalho estão cheios de “puxa-sacos”, que acreditam que quem nos promove na carreira é o dono do