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Homem pega 15 anos de prisão por atacar ex a facadas; vítima foi atingida no pescoço, rosto e tórax

O Tribunal do Júri da Comarca de Sorriso (478 km de Cuiabá) condenou, nesta quinta-feira (7), Reginaldo Reis da Silva a 15 anos e 4 meses de reclusão, em regime fechado, pela tentativa de homicídio qualificado contra sua ex-companheira. O crime ocorreu em 10 de dezembro de 2023, quando o réu invadiu o quarto da vítima e, armado com uma faca, desferiu diversos golpes em regiões vitais do corpo, como pescoço, rosto, braço e tórax.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) foi integralmente acolhida pelo Conselho de Sentença, que reconheceu todas as qualificadoras: motivo fútil, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e crime cometido por razões da condição do sexo feminino, caracterizando violência doméstica e familiar. A tentativa de feminicídio ocorreu dentro da casa da vítima, após o término de um relacionamento de sete anos.

Durante o julgamento, o MPMT foi representado pelo promotor de Justiça Fabison Miranda Cardoso, coordenador do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri). Ele sustentou a acusação com base em provas técnicas e testemunhais que comprovaram a intenção homicida do acusado. “No plenário do Júri, buscamos garantir que todas as qualificadoras previstas na denúncia fossem reconhecidas, evidenciando a gravidade da conduta e a vulnerabilidade da vítima”, destacou o promotor.

A sentença proferida pelo juiz Humberto Resende Costa levou em consideração os maus antecedentes do acusado e os danos psicológicos causados à vítima e à sua família. Além da pena de prisão, o réu foi condenado ao pagamento de R$ 50 mil a título de reparação mínima por danos morais. O magistrado determinou o início imediato do cumprimento da pena.

De acordo com o promotor Fabison Miranda, a condenação representa um passo importante na luta contra o feminicídio. “É nosso dever assegurar que crimes motivados por controle, posse ou ciúmes sejam tratados com o rigor necessário, e que as vítimas tenham sua dignidade respeitada no processo”, afirmou. O GAEJúri, criado em 2025 pelo procurador-geral de Justiça Rodrigo Fonseca Costa, tem o objetivo de apoiar promotorias em julgamentos complexos e de grande relevância social realizados pelo Tribunal do Júri.

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