Cidades

Pronto Socorro: diretor nega mortes e enfermeiros suspendem greve

 
“Morte por abandono é crime e isso não aconteceu aqui. Abrimos hoje uma sindicância e a única morte registrada foi de um paciente de AVC internado há treze dias e que o quadro evoluía para o óbito”, conta Celso Vargas. Contudo, sem citar números, admite a alta taxa de mortalidade pois o Pronto Socorro, como o de Cuiabá,  recebe muitos casos já em estado gravíssimo. 
 
Sobre os medicamentos o diretor conta que o problema é antigo e as soluções paliativas são a compra emergencial feita em média a cada 20 dias ou empréstimo de suprimentos da Capital, enquanto aguardam os processos licitatórios que abastecem o Pronto Socorro por seis meses ou um ano. Também é postura do hospital por conta da “falta de quantitativo adequado de medicamentos”, a suspensão de cirurgias eletivas, já que é primordial preservar a vida dos pacientes de emergência e urgência. 
 
A superlotação é outra constante para o Pronto Socorro de Várzea Grande, admitida pelo gestor. “Estamos em um hospital superlotado, contamos com dez leitos de UTI adulto e dez infantil. Após uma cirurgia de emergência, por exemplo, o médico monta uma unidade semi-intensiva no box de atendimento. Hoje temos oito pacientes internados dessa maneira, tudo para não deixar uma pessoa morrer por negligencia”, relata Celso Vargas. O ideal para o município seria de 30 leitos de cada categoria citada, sendo necessário também o crescimento do quadro de profissionais do hospital. 
 
Já sobre a denúncia de não realização do exame de tomografia computadorizada por falta de pagamento da empresa Imagem, Celso Vargas afirmou que Cuiabá mantem os serviços enquanto a Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande negocia os pagamentos e regularização dos serviços. A atitude também não seria novidade para a gestão do pronto socorro. 
 
Greve
 
A greve de 200 profissionais de enfermagem que atuam no pronto-socorro e nas policlínicas de Várzea Grande, Região Metropolitana de Cuiabá iniciada na segunda-feira (2) foi temporariamente suspensa nessa quarta-feira (04), após reunião entre profissionais. Sobre isso, o diretor explica que tem conhecimento de um movimento paredista na unidade, mas não foi informado oficialmente da greve.
 
Para Celso Vargas o que ocorreu foi um medo generalizado de que a Prefeitura não cumprisse o acordo do reajuste de 10% firmada no mês passado e reafirmado hoje. “Foi um erro de comunicação na folha de pagamento que fez com que o aumento não saísse no ultimo pagamento. Agora tudo ira acontecer conforme o acordado” justificou. 
 
Sobre a greve, o diretor do Pronto Socorro admite que houve prejuízo nas cirurgias eletivas e o atendimento de urgência, precisou ser  transferido para Cuiabá. Mas percebeu que os grevistas cumpriram os 30% necessários para o atendimento e 50% para a UTI. 
 
O acordo entre trabalhadores e prefeitura mantém as atividades das unidades de saúde de Várzea Grande até o próximo dia 10, prazo que o Executivo concedeu para que o reajuste salarial seja cumprido na folha de pagamento. Acontece que uma reunião entre as partes sobre o aumento já havia ocorrido maio e após essa os profissionais aprovaram a greve caso o reajuste não acontecesse no vencimento do mesmo mês. Como o Executivo não concedeu, o reajuste de 10% aos enfermeiros e técnicos de enfermagem, eles decidiram pela paralisação. A categoria reivindica aumento de 10% a todos os profissionais e mais 6% para os concursados.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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