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Dupla que matou homem por seguro de vida é condenada a 37 anos de prisão em Rondonópolis

O Tribunal do Júri de Rondonópolis condenou, nesta quarta-feira (5), dois homens pelo assassinato de Paulo Sander Alves, ocorrido em fevereiro de 2016. Jean Paolo de Lima Pirolla recebeu pena de 18 anos de reclusão e 10 dias-multa, enquanto Uemerson Gonçalves de Souza foi condenado a 19 anos de prisão. Ambos deverão cumprir a pena em regime fechado e não poderão recorrer em liberdade. O julgamento, que durou cerca de 13 horas, reconheceu que o crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

De acordo com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), o homicídio foi praticado de forma premeditada e contou com a participação de outros envolvidos. O crime ocorreu nas dependências do estabelecimento Guincho Auto Socorro Brasil Resgate, no bairro Jardim Monte Líbano, em Rondonópolis. A vítima foi atraída até o local e, em seguida, executada com disparos de arma de fogo.

As investigações apontaram que o assassinato foi planejado pelos proprietários da empresa, Fábio Sérgio Vitor e Valéria Gonçalves Teixeira, com o objetivo de receber uma indenização milionária de um seguro de vida contratado em nome da vítima, funcionária do casal. Valéria era beneficiária de 90% do valor segurado, estimado em R$ 1,8 milhão. Segundo o MPMT, Paulo Sander foi morto cerca de 20 dias após a contratação do seguro.

Jean Paolo, que trabalhava como porteiro do prédio dos mandantes, foi um dos executores do crime e também teve reconhecida a materialidade do porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Uemerson, primo de Valéria e funcionário da empresa, facilitou a entrada dos criminosos no local no momento da execução. Os mandantes do homicídio também foram denunciados pelo Ministério Público, mas ainda aguardam julgamento, já que o processo foi desmembrado.

A atuação no julgamento ficou a cargo das promotoras de Justiça Ana Flavia de Assis Ribeiro e Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, esta última designada pelo Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri). Criado neste ano, o GAEJúri tem a função de apoiar promotores em casos complexos, de grande repercussão ou que envolvam mutirões de julgamento no estado.

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