Um grupo criminoso especializado na extração, transporte e comercialização ilegal de madeira nativa é alvo de uma operação da Polícia Civil em Juína, a 735 km de Cuiabá. A ação, deflagrada nesta quarta-feira (5), marca a segunda etapa das investigações conduzidas pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), que busca desarticular a organização responsável por causar graves danos ambientais na região.
Nesta fase, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em residências dos principais investigados, além de estabelecimentos comerciais e madeireiras suspeitas de participação no esquema. Como parte dos alvos não possui endereço fixo e circula constantemente entre diferentes municípios, também foram expedidos mandados itinerantes para garantir o cumprimento das ordens judiciais.
As investigações tiveram início após a análise de celulares apreendidos durante prisões em flagrante realizadas em março deste ano, quando dois homens foram detidos transportando madeira de origem ilegal. A perícia dos dispositivos revelou uma estrutura criminosa organizada, com funções definidas e operações que vinham ocorrendo há vários meses, abrangendo municípios vizinhos de Juína.
De acordo com a Dema, o grupo contava com líderes responsáveis pelo financiamento das atividades, motoristas especializados em rotas alternativas para driblar fiscalizações, intermediários que faziam a ponte entre os executores e empresários do setor madeireiro que recebiam o produto e o “legalizavam” por meio de documentação fraudulenta. Essa rede, segundo as investigações, atuava de forma sistemática e lucrativa, utilizando mecanismos sofisticados para esconder a origem ilegal da madeira.
A delegada titular da Dema, Liliane Murata, destacou que o material apreendido demonstra a experiência e a capacidade operacional do grupo criminoso. “As atividades dessa associação causam sérios impactos ambientais, especialmente pela extração ilegal em reservas florestais e áreas de preservação permanente. As diligências continuam em andamento para reunir novas provas e identificar outros integrantes do esquema”, afirmou a delegada.


