O secretário de Saúde de Várzea Grande, Daoud Abdallah, disse ao G1 que o salário foi pago no último dia 30. "O acordo com o sindicato foi de que seria dado aumento de 10% e, quando foi fechado esse acordo, a folha já tinha sido fechada, então o reajuste só deve ser pago na próxima folha [de junho]", disse. Ele afirmou que as pessoas que não foram trabalhar deverão ser responsabilizadas, já que um acordo tinha sido fechado para que a greve não fosse deflagrada.
Além de não ter o reajuste, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Enfermagem de Mato Grosso, Dejamir Soares, alega que a administração municipal ainda decidiu reduzir o percentual pago pela insalubridade a qual os profissionais são submetidos no local de trabalho. De 40%, caiu para 20%. "Não adianta dar 10% de aumento salarial e reduzir 20% da insalubridade. Para reduzir, teria que melhorar a insalubridade", reclamou.O secretário de Saúde disse que a insalubridade era paga baseada em 'achismo', sem regulamentação. "Toda empresa tem que seguir normas regulamentadoras, as quais determinam a quem deve ser pago a insalubridade e a definição do percentual", afirmou. Por causa disso, houve mudanças no percentual pago aos funcionários, sendo que alguns passaram a receber e outros tiveram redução no percentual pago por insalubridade.
A greve já havia sido aprovada em assembleia no mês passado e, depois de uma reunião com o prefeito da cidade, os profissionais aguardaram o pagamento do salário de maio para verificar se o combinado seria cumprido. Como o Executivo não concedeu, na prática, o reajuste de 10% aos enfermeiros e técnicos e alguns, ao invés de ter aumento de salário, ainda tiveram a remuneração paga pela metade.Conforme o sindicalista, a prefeitura alegou que houve falha na elaboração da folha de pagamento e que a mesma seria corrigida ainda neste mês. Durante a paralisação, que deve ocorrer por tempo indeterminado, só deverão ser atendidos os casos de urgência e emergências. As cirurgias foram suspensas, segundo o sindicato.
Se os salários tivessem sendo reajustados gradativamente nos últimos quatro anos, a remuneração-base de um enfermeiro seria de R$ 2,4 mil atualmente e o de um técnico deveria ser de R$ 1,1 mil. Porém, como não houve aumento, o enfermeiro com curso superior recebe R$ 1,6 mil por mês, enquanto o técnico R$ 800. Com o reajuste, o salário do graduado não deverá chegar a R$ 2 mil e o do técnico não deve passar de R$ 900.No primeiro dia de greve, os enfermeiros fazem um protesto em frente ao Pronto-Socorro de Várzea Grande.
G1