O processo seletivo para o próximo semestre está aberto e vai até o dia 13 de junho. A nota mínima aceita pela Universidade de Coimbra é 600 pontos no Enem. A expectativa, no entanto, é que a nota de corte efetiva seja superior, em função do nível dos estudantes. Para tentar uma das 630 vagas, os alunos devem acessar a página da universidade na internet.
Com 23 mil estudantes matriculados, a universidade oferece cursos em sete das oito faculdades: letras, direito, ciências e tecnologia; farmácia, economia, psicologia; ciências da educação, ciências do desporto e educação física. O único curso não disponível aos brasileiros é medicina. De acordo com o reitor, João Gabriel Silva, a demanda dos próprios portugueses é maior do que a oferta de vagas.
Como alunos da universidade, os brasileiros terão acesso ao programa de mobilidade no ensino superior da União Europeia. São mais de cem universidades interligadas pelo programa, que pode ser feito em um semestre ou em um ano, em qualquer instituição da rede.A Universidade de Coimbra é a primeira instituição estrangeira a usar o Enem como critério de seleção. No Brasil, 115 instituições públicas aceitam o exame nacional como forma de ingresso no ensino superior. Neste ano, o exame tem mais de 9,5 milhões de inscritos.
A possibilidade de Coimbra selecionar alunos brasileiros por meio do Enem foi acertada depois da aprovação de uma legislação interna portuguesa, que reconheceu o exame como suficiente para avaliar o desempenho dos estudantes. "Não faria sentido criar um outro sistema de seleção com um exame que é fiel", disse o reitor João Gabriel Silva.Segundo ele, houve uma consulta na própria universidade para avaliar a experiência dos alunos brasileiros que admitidos em Coimbra. Há atualmente, 2 mil brasileiros estudando na universidade.
Com o acordo firmado nesta segunda-feira com o Inep, Coimbra passará a ter acesso aos resultados do Enem para que os alunos possam ser validados no sistema português. De acordo com o presidente do Inep, José Francisco Soares, há outras universidades portuguesas estudando a possibilidade de aceitar o Enem como processo seletivo. "Estamos consolidando um sistema em que mais gente terá acesso pleno à educação, aqui [no Brasil] ou fora daqui", disse Soares.
Para frequentar a universidade, os brasileiros terão de pagar dez parcelas de 700 euros (cerca de R$ 2,1 mil). O reitor estimou que, além das parcelas, um estudante precise de 500 euros (cerca de R$ 1,5 mil) para se manter. A universidade prestará auxílio aos estudantes para buscar moradia e a concessão de visto.
Coimbra é a instituição portuguesa de ensino superior mais antiga. No ano passado, foi incluída na lista do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
AGENCIA BRASIL